Brasil poderá deslocar aeronaves para buscar cidadãos que viviam na Ucrânia e estão agora na Romênia e Polônia
A Força Aérea Brasileira publicou em sua conta oficial no Twitter que deixou dois Embraer KC-390 à disposição para uma possível missão de resgate de brasileiros que estão em meio ao conflito na Ucrânia.
A Força Aérea Brasileira (FAB), sob orientações do Ministério da Defesa e coordenação do Ministério das Relações Exteriores (MRE), colocou de prontidão duas aeronaves KC-390 Millennium para possível transporte de brasileiros evacuados da Ucrânia. pic.twitter.com/G7VnMbdMsp
— Força Aérea Brasileira 🇧🇷 (@fab_oficial) February 26, 2022
A iniciativa está tendo a orientação e coordenação do Ministério da Defesa e do Ministério das Relações Exteriores (MRE).
Na Ucrânia, existem aproximadamente 500 brasileiros que agora buscam refúgio em países vizinhos e poderão necessitar de suporte para voltar para o Brasil. O governo federal, por meio do Itamaraty e da embaixada brasileira em Kiev, está aconselhando os brasileiros a pegarem trens que partem para países membros da Otan - em especial a Romênia e a Polônia-, que já estão recebendo milhares de refugiados.
Caso ocorra o resgate dos brasileiros, tal ação iria acontecer em países do leste europeu aliados à Otan. Por ora, um resgate dentro do território ucraniano não é possível, pois o espaço aéreo do país está fechado, tornando o risco da missão muito alto.
Ainda que seja possível negociar com o governo ucraniano e com as forças russas uma autorização especial para o resgate, uma eventual falha de comunicação na cadeia de comando poderá colocar em risco o avião e seus tripulantes.
O KC-390 já realizou algumas missões humanitárias internacionais. A primeira grande delas ocorreu em 2020, quando uma aeronave foi deslocada para o Líbano onde entregou donativos para as vítimas da explosão que aconteceu no porto da capital Beirute. Outra ação internacional foi o apoio emergencial à tragédia causada por um terremoto no Haiti.
Atualmente, a FAB conta com cinco unidades que são operadas a partir de Anápolis, em Goiás. Ao todo, a força aérea vai operar 22 unidades, após o total do pedido ser reduzido e um acordo ter sido formalizado entre os militares e a Embraer; e a posição adotada criou uma inédita crise entre ambos.
A invasão da Ucrânia está no seu terceiro dia e o embate entre as forças russas e ucranianas segue intenso.
O conflito está sendo marcado por suscetíveis ataques russos que estão acontecendo principalmente contra infraestruturas militares ucranianas, com destaque para o entorno de Kiev, a capital do país.
Algumas regiões já estão sob o controle da Rússia, por exemplo, a cidade de Pripyat onde está localizada a usina nuclear de Chernobyl. As forças russas no momento planejam ocupar Kiev, mas forças militares e civis da Ucrânia estão resistindo.
Na sexta-feira (26), a Otan informou que, pela primeira vez, ativou sua “força de defesa”, isso significa que militares da aliança vão ficar em alerta e a presença das forças em países membros da organização próximos à Ucrânia será ampliado.
Vale ressaltar que as forças da aliança não vão entrar no país, pois Kiev não faz parte da organização militar. Uma eventual participação da Otan poderia escalar a crise.
Outra iniciativa é o fornecimento de armas ao governo ucraniano, países como Polônia, Noruega e Estados Unidos já anunciaram o envio de equipamentos bélicos.
Por André Magalhães
Publicado em 26/02/2022, às 11h55
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