Crise sem precedentes poderá forçar a empresa demitir até 45% do quadro atual de funcionários
Apenas entre os pilotos a United poderá demitir mais de 2.200 profissionais a partir de outubro
A United Airlines ligou o sinal vermelho para os seus funcionários acerca de possíveis demissões caso o atual cenário da aviação não se recupere rapidamente. Por meio de um memorando, a companhia deixou os seus trabalhadores em alerta ao afirmar que a partir do dia 1º de outubro poderá reduzir em até 45% o número de empregados, o que representa 36.000 postos de trabalho apenas nos Estados Unidos.
Segundo a companhia, os grupos que serão mais afetados com os cortes são os ligados diretamente a operação de voo, como comissários de bordo, agentes aeroportuários, operadores de portões e pilotos, que deve corresponder a 26.000 funcionários.
Apenas entre os pilotos, grupo mais sensível aos problemas de falta de demanda e com maior dificuldade de realocação no mercado, devem ser demitidos cerca de 2.250 profissionais. Todavia, eles não poderão ser demitidos imediatamente, por conta do auxílio federal de socorro e ajuda econômica promovido pelo governo dos Estados Unidos as empresas aéreas. Somente a United, recebeu um aporte a fundo perdido de US$ 3,5 bilhões, além de um empréstimo de US$ 1,5 bilhão, referente a proteção da folha de pagamento.
Dentro das restrições de demissão, as empresas aéreas passaram a usar como alternativa programas de demissão voluntária, que estão ganhando espaço nos últimos meses e no caso da United Airlines encerrará no final de agosto.
A decisão de cortar funcionários é um reflexo direto por conta da redução agressiva na demanda de viagens que o setor aéreo vem enfrentando, restando as companhias negociarem com os respectivos sindicatos, que por sua vez estão correndo contra o tempo para reduzir o número de demissões.
Por conta do momento turbulento e sem precedentes causado pelo novo coronavírus, as principais empresas aéreas dos Estados Unidos estão tentando dar soluções de curto prazo para o fluxo de caixa, que sumiu rapidamente com o quase completo desaparecimento da demanda. Nas primeiras semanas de março, quando os voos passaram a ser cancelados, bilhões de dólares dos caixas das maiores companhias aéreas norte-americana desapareceram.
Como solução de sobrevivência enquanto o tráfego de passageiros não se recupera, as companhias indicam que mais cortes de trabalhadores será a alternativa mais viável e rápida para contornar o momento crítico. A folha de pagamento é um dos maiores problemas no momento, visto que sem gerar receita se torna impossível obter fundos para cumprir a obrigação junto aos funcionários. O segundo problema tem sido o pagamento das prestações das aeronaves, com a maior parte da frota estacionada em dezenas de aeroportos nos Estados Unidos.
Por Gabriel Benevides
Publicado em 11/07/2020, às 16h00 - Atualizado às 17h37
+lidas