Os aviões de caça de Top Gun: Maverick são parte fundamental da trama
O lançamento oficial de Top Gun: Maverick ocorreu hoje (26) em cinemas de todo o Brasil. A trama é uma continuidade do Top Gun: Ases Indomáveis, de 1986, apresentando uma evolução dos personagens centrais.
O ainda capitão Pete "Maverick" Mitchell foi chamado para ajudar a Marinha dos Estados Unidos (US Navy) em uma nova e arriscada missão. Além do novo filme apresentar novos personagens e mostrar o que aconteceu ao longo de 35 anos, os aviões também são parte importante do longa. O F-14 Tomcat, estrela do filme original, é hoje peça de museu, ocupando lugar de honra entre os principais caças da Marinha dos Estados Unidos. Listamos a seguir as principais estrelas de Top Gun: Maverick.
O atual astro do filme, o F/A-18 Super Hornet é o substituto do veterano F-14 Tomcat na Marinha dos Estados Unidos. O projeto base do que viria se tornar o F/A-18 surgiu em meados dos anos 1960, quando a então McDonnell Douglas concorria ao programa Lightweight Fighter, (caça leve, em tradução livre) da Força Aérea dos Estados Unidos.
A General Dynamics oferecia o caça monomotor YF-16 enquanto a McDonnell Douglas competia com o bimotor YF-17. Derrotado pelo que viria a ser o F-16, o programa YF-17 foi oferecido para a US Navy após sofrer uma série de melhorias. Um dos pontos de destaque do projeto foi criar as bases do que seria o conceito multimissão.
Visando obter apoio dos almirantes, assim como dos Congressistas, a McDonnell Douglas batizou o avião como F/A- de Fighter (caça) e Attack (ataque), demonstrando que o futuro avião que competia no programa Naval Fighter Attack Experimental tinha mais capacidades que qualquer eventual rival. A ideia da Marinha era substituir os A-7 Corsair e F-4 Phanton II por um avião que ainda fosse complementar ao recém-chegado F-14 Tomcat.
O F/A-18 Hornet venceu a competição e realizou seu primeiro voo em 1978, entrando em serviço cinco anos depois. Ao longo de 43 anos o avião sofreu uma série de melhorias, em especial com o lançamento do F/A-18 Super Hornet, uma versão mais capaz, com uma fuselagem 25% maior, equipado com novos motores e maior capacidade de combate. O avião entrou em serviço em 1999, se tornando o avião padrão da Marinha dos Estados Unidos, substituindo inclusive o F-14. É justamente o Super Hornet a estrela de Top Gun: Marverick.
A versão de dois lugares do Super Hornet tem múltiplas funções, como treinamento, interdição aérea, guerra eletrônica, entre outros. Em Top Gun: Maverick, o F/A-18F é o avião responsável por permitir a execução da sigilosa missão do filme, prestando serviço como interdição aérea.
Um dos mais icônicos e conhecidos caças da Segunda Guerra Mundial, o P-51 Mustang voou pela primeira vez em 1940. Criado pela North American Aviation, o avião tinha como missão básica escoltar bombardeiros aliados que voavam sobre o protegido espaço aéreo alemão.
Concebido como um caça de longo alcance, o P-51 Mustang ainda se notabilizou como caça-bombardeiro e também como avião de reconhecimento tático. No final da Guerra ainda ganhou uma bizarra versão dupla, batizado de P-82 Twin Mustang.
Em Top Gun: Maverick o P-51 aparece como o avião pessoal do capitão Maverick, que se dedica a cuidar e voar o lendário caca em seus momentos de folga. Curiosamente, o avião exibido no filme pertence realmente ao Tom Cruise, que pilotou ele na maior parte das sequências.
Apresentado de forma genérica como um caça de quinta geração, o Su-57 aparece na trama no melhor estilo Top Gun, como um avião mais poderoso que o protagonista e claro, na cor preta.
Desenvolvido pela Sukhoi como uma resposta russa ao F-22 Raptor, o Su-57 surgiu dentro do programa PAK-FA (acrônimo para complexo aeronáutico prospectivo das forças aéreas da linha de frente). Inicialmente o programa foi chamado de T-50, mas foi rebatizado como Su-57 pouco antes do primeiro voo em janeiro de 2010.
O Su-57 manteve grande parte das características de voo e capacidades da família Flanker, em especial do Su-27, mas dentro de um novo conceito de projeto, que visava ampliar a furtividade do caça. O programa PAK-FA teve sinal verde do governo russo em 2002, em um momento de retomada dos crescimento da Rússia, após uma década de completo caos econômico e social. Visto como um projeto nacionalista, o PAK-FA enfrentou uma série de problemas em seu desenvolvimento, incluindo falta de recursos, o que gerou diversos atrasos e algumas soluções pouco ortodoxas para um caça de quinta geração. A mais notória foi o uso dos motores Saturn AL-41F1, os mesmos da família Su-27 Flanker. Embora potentes e capazes, os motores possuem elevada assinatura infravermelha, térmica e sonora.
O programa Su-57 conta com 10 aeronaves de teste, mas de forma também incomum os protótipos foram empregados em missão de combate real na Síria. O primeiro Su-57 entrou em serviço pela força aérea russa em 25 de dezembro de 2020. Atualmente existem cinco aviões em serviço, além dos dez aviões de testes. A expectativa russa é no futuro equipar os Su-75M (modernizado) com o novo motor Saturn izdeliye 30, criado especificamente para atender aos requisitos de quinta geração, sendo também o motor do futuro Su-75 Checkmate.
Uma curiosidade final, o Su-57 foi o quarto caça furtivo a ser declarado operacional, após os norte-americanos F-22 e F-35, e do chinês J-20.
O lendário F-14 Tomcat foi a estrela de Top Gun, em 1986, se tornando um dos mais populares caças embarcados de todos os tempos. Uma geração de pilotos e entusiastas sonharam com o gigante caça de asas de geometria variável.
Criado nos anos 1960, como um avião embarcado de longo alcance, grande capacidade e capacidade tática, o F-14 tinha como objetivo ampliar a capacidade da Marinha dos Estados Unidos, ao mesmo tempo que solucionava os problemas do fracassado F-111B, que não passou da fase de testes em voo. O F-14 foi criado usando as mais avançadas tecnologias da época, inclusive empregando asas de geometria variável, que se apresentavam como a melhor solução para a maioria dos projetos dos anos 1960 e 1970. O projeto do avião absorveu grande parte do aprendizado da Guerra do Vietnã e se tornou um bem-sucedido avião de ataque e interceptação aérea, substituindo os F-4 Phantom II. O F-14 foi também o primeiro avião da chamada Teen Serie, a série de caças que inclui o F-15, F-16 e F/A-18.
Em meados dos anos 1970, quando era um dos mais poderosos caças do mundo, o F-14 foi exportado para o Irã, na época um importante aliado dos Estados Unidos no Oriente Médio. Além do avião, a então força aérea imperial iraniana ainda recebeu o sofisticado e poderoso míssil AIM-54 Phoenix. Com a Revolução Islâmica em 1979, a força aérea foi rebatizada como Força Aérea da República Islâmica do Irã, sendo a única operadora global do F-14, além dos Estados Unidos. E o pior para Washington, agora uma força hostil aos seus interesses e aliados na região, equipada com um de seus mais avançados caças. Ainda hoje o Irã mantém alguns F-14 em condições de voo.
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Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 27/05/2022, às 11h18
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