Esportista estava a deriva nas frias águas do Pacífico Sul e foi resgatada de helicóptero
Sábado, 18 de maio de 2019 é uma data que Verónica Blanco nunca esquecerá. A jovem de 29 anos estava praticando windsurf na baía de Pichidangui, na costa chilena, quando seu equipamento funcionou mal, deixando-a abandonada na água sem esperança de voltar a terra firme e à mercê de ventos fortes, correntes e águas frias do Pacífico Sul.
Ela nunca esquecerá o som do AS332 F1 pilotado pelo tenente comandante Carlos Schaidt, ou o nadador de resgate, sargento Manuel Pizarro, que a libertou de seu equipamento e a levou a bordo com segurança, quando a temperatura do corpo caíra abaixo 35⁰C.
A família de Verónica relatou sua falta por volta das 17h, quando a Autoridade Marítima de Coquimbo enviou equipes de busca e salvamento em terra e no mar. Infelizmente, devido à forte correnteza, ventos fortes e pouca visibilidade, esses recursos eram insuficientes. Dois helicópteros foram designados para a missão: um Dauphin do Esquadrão de Helicópteros Naval e um Super Puma, geralmente operado pelo Esquadrão de Ataque. "Dada a complexidade da missão, tentamos colocar os helicópteros no ar o mais rápido possível", explica Schaidt.
O Dauphin foi implantado com antecedência e foi o primeiro a alcançar as últimas coordenadas conhecidas, realizando uma pesquisa inicial na forma de um quadrado em expansão. Enquanto isso, foram feitos os preparativos para o AS332 e sua tripulação substituir o Dauphin quando ele chegasse para reabastecer.
“O Cougar realizou uma pesquisa com uma gama mais abrangente de equipamentos, o que facilitou as coisas para nós, graças à câmera de visão noturna infravermelha e ao sensor optrônico”, diz Schaidt.
O Super Puma traçou um padrão de busca e, depois de voar sobre a área por pouco mais de uma hora, o operador da câmera infravermelha viu uma forma flutuando no mar.
Contando a história, Schaidt diz: “Quando avistamos a pessoa, a pressão sobre a equipe foi enorme porque sabíamos que havia alguém em perigo e que cada segundo contava. Marcamos então um ponto próximo à posição com um sinal de socorro aceso e iniciamos a manobra de aproximação. Usamos o piloto automático de 4 eixos para manter a aeronave estável, para poder abaixar o nadador de resgate e recuperar a vítima.
“Além do treinamento e da experiência da tripulação, não teríamos conseguido concluir o resgate se o helicóptero não tivesse o equipamento necessário para manter uma posição segura e estável enquanto pairava, sem pontos de referência, à noite e no mar. Também não poderíamos identificá-la sem a ajuda do sensor optrônico”.
O tenente-comandante e o restante da tripulação receberam reconhecimento por seus esforços alguns dias depois, em uma cerimônia realizada no Dia da Marinha do Chile, onde se encontraram com Verónica y su família.
*Artigo traduzido por Santiago Oliver
Carlos Ramos* | Fotos: Divulgação
Publicado em 11/09/2019, às 12h00 - Atualizado em 12/09/2019, às 19h23
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