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Os A340 mais antigos do mundo somam mais de 30 anos de serviço

Mesmo com a produção encerrada há mais de uma década, o Airbus A340 segue ativo em frotas VIP e governamentais


A340
Empresa aérea da Venezuela tem um dos mais antigos A340 em operação no mundo - Divulgação

Mais de três décadas após sua estreia, o Airbus A340 ainda permanece em operação em diferentes partes do mundo, com unidades ativas em missões governamentais, militares e executivas. Embora a produção do modelo tenha sido encerrada em 2011, parte da frota continua em serviço, sobretudo no Oriente Médio, onde aeronaves adaptadas ao transporte VVIP seguem desempenhando papel relevante.

O A340 foi um dos ícones da aviação de longo alcance nas décadas de 1990 e 2000, mas perdeu espaço para bimotores mais avançados, que oferecem maior eficiência operacional e menores custos.

Ainda assim, o modelo segue em serviço ativo. O exemplar mais antigo em voo é o HZ-124, pertencente à Saudi Arabian Royal Flight. Com 33,5 anos de idade, o quadrimotor foi originalmente produzido para atuar como plataforma de testes da Airbus, realizando seu primeiro voo em 1º de abril de 1992, com a matrícula F-WWBA. Em 1997, foi convertido para o padrão A340-213 e vendido ao governo da Arábia Saudita, recebendo sua atual identificação.

Após uma década de serviço governamental, o jato passou pela Al-Atheer Aviation, empresa saudita especializada em transporte VVIP, antes de retornar à frota real em 2014. Entre 2019 e 2025, o HZ-124 alternou períodos de operação e armazenamento, mas seu histórico indica que pode voltar a voar novamente.

A340-8000

Outro destaque da frota saudita é o A340-8000 HZ-HMS, um derivado de ultralongo alcance criado originalmente para o Sultão de Brunei. O modelo, baseado na versão A340-200, recebeu tanques extras e teve seu peso máximo de decolagem ampliado para 275 toneladas, o que permite alcance de até 8.000 milhas náuticas (14.800 km). Entregue em 1998 ao Reino de Brunei, foi posteriormente adquirido pelo governo saudita em 2007 e transferido à Royal Flight, divisão responsável pelo transporte da família real.

Atualmente, o único widebody ativo da frota real é um Boeing 747, mas o reino já considerou operar um Airbus A380 VIP — projeto cancelado em 2015 — que teria transformado o superjumbo no maior jato executivo do mundo, com suítes, garagem, spa e até uma pequena sala de concertos.

Um A340 com múltiplas vidas

O HZ-SKY1, da Alpha Star Aviation, é o segundo A340 mais antigo em operação. Fabricado em 1993, o jato já serviu à Lufthansa, ao governo de Brunei, ao reino da Jordânia e a diversas operadoras executivas do Oriente Médio. Hoje, integra a frota da Alpha Star, especializada em voos charter VVIP e serviços aeromédicos.

Operação comercial

Para além da operação VVIP, apenas dois A340 com mais de trinta anos continuam em uso comercial, ambos operando em países com sérias restrições no mercado mundial. O mais antigo, o EP-MJC, voa na iraniana Mahan Air, enquanto o YV3554, na venezuelana Conviasa. Ambos demonstram que, apesar de ultrapassados em eficiência frente aos bimotores modernos, os A340 ainda mantêm utilidade em mercados específicos e sob restrições particulares.

No caso do A340 iraniano, ainda é digno de nota que o avião foi adquirido em uma operação no mercado cinza, utilizando um dos muitos canais não autorizados do regime do Irã, mas não exatamente ilegal.

Enquanto a Lufthansa, a última grande operadora do A340, planeja aposentar seus últimos aviões entre 2026 e 2027, a maioria das aeronaves VIP do modelo não possui previsão de retirada — reflexo da demanda contínua por plataformas amplas e de longo alcance para uso governamental e de chefes de Estado.

Por Marcel Cardoso
Publicado em 23/10/2025, às 09h32


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