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Airbus, Leonardo e Thales podem fundir operação espacial

Airbus, Leonardo e Thales anunciam nova empresa espacial para fortalecer a autonomia estratégica da Europa


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Nova empresa tem receita anual estimada em 6,5 bilhões de euros - Airbus

A Airbus, a Leonardo e a Thales assinaram hoje (23), um memorando de entendimento para integrar suas operações ligadas ao setor espacial, que deverá estar operacional em 2027. O objetivo é fortalecer a autonomia estratégica da Europa em um segmento considerado estratégico já no curto prazo e consolidar um player globalmente competitivo.

A união criará uma empresa com receita anual estimada em 6,5 bilhões de euros e uma carteira de pedidos equivalente a três anos de vendas. A estrutura acionária será compartilhada entre as três empresas, com a Airbus liderando com 35% de participação, enquanto a Leonardo e Thales terão 32,5% cada. O controle será conjunto, com governança equilibrada entre os acionistas.

A nova companhia reunirá atividades atualmente distribuídas entre as divisões Airbus Space Systems e Space Digital, a Divisão Espacial da Leonardo e as participações da Thales Alenia Space, Telespazio e Thales SESO. O foco será o desenvolvimento de tecnologias espaciais completas — da infraestrutura aos serviços — excluindo os sistemas de lançamento.

Sinergias e competitividade global

A expectativa é que a fusão deve gerar sinergias anuais de centenas de milhões de euros em até cinco anos após a conclusão da transação, com custos compatíveis aos padrões do setor. As empresas esperam ganhos significativos em eficiência operacional, engenharia e manufatura, além de uma oferta mais competitiva e ampliada em mercados internacionais.

Combinando investimentos em pesquisa e desenvolvimento, capacidades industriais e expertise técnica, o grupo buscará acelerar a inovação e criar novos programas espaciais soberanos, atendendo tanto a demandas civis quanto militares.

Objetivos estratégicos

A nova empresa tem como metas principais:

  • Aumentar a autonomia europeia em comunicações, navegação, observação da Terra e segurança;
  • Consolidar massa crítica para competir com players globais;
  • Aprimorar a cooperação industrial e tecnológica entre países e fornecedores europeus;
  • Gerar novas oportunidades profissionais, ampliando competências técnicas e a mobilidade interna na Europa.

O projeto também deverá reforçar a previsibilidade do ecossistema espacial europeu, garantindo estabilidade às cadeias produtivas e maior integração entre empresas de diferentes portes.

Segundo os executivos Guillaume Faury, da Airbus, Roberto Cingolani, da Leonardo, e Patrice Caine, da Thales, a iniciativa representa “um marco decisivo para a indústria espacial europeia” e reflete o compromisso conjunto em fortalecer os ativos industriais e tecnológicos do continente.

Por Marcel Cardoso
Publicado em 23/10/2025, às 14h47


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