Airbus A350-900 percorrerá 13.700 quilômetros entre Hamburgo e Mount Pleasant
Missão especial vai apoiar equipe de cientistas alemães que estudam a Antártida
Com duração de 15 horas e percorrendo uma distância de 13.700 quilômetros, a Lufthansa realizará o seu mais longo voo, ligando Hamburgo, na Alemanha, e Mount Pleasant nas Ilhas Malvinas.
O voo charter LH2574 entrará para história da companhia de bandeira alemã por seu ineditismo, incluindo a rota, locais sobrevoados e distância total percorrida.
Para a operação a Lufthansa utilizará um Airbus A350-900 e terá a bordo apenas 92 passageiros, basicamente todos cientistas e tripulantes do navio de expedição antártica do Instituto Alfred Wegener de Pesquisa Polar e Marinha.
Originalmente os pesquisadores alemães embarcam nos navios com destino a Antártica na Cidade do Cabo, na África do Sul, onde existe uma infraestrutura já conhecida pelos cientistas e tripulantes. Porém, devido à situação de infecção de covid-19 elevada na África do Sul, a opção mais segura foi a rota via Ilhas Malvinas.
Segundo a Lufthansa, cerca de 600 comissários se inscreveram para realizar a viagem especial onde apenas 17 membros da tripulação técnica foram selecionados. Além disso, a companhia ainda destacou uma equipe dedicada de técnicos e pessoal de terra para manuseio e manutenção.
Além de treinamento adicional, para cumprir os requisitos da rota, incluindo o pouso nas Malvinas, os pilotos usarão mapas eletrônicos selecionados especialmente para este voo. O abastecimento será fornecido pela base militar de Mount Pleasant, algo incomum nas operações da Lufthansa. Todos os membros da jornada especial entraram em quarentena por 14 dias no sábado passado (16).
O voo de volta LH2575 com destino a Munique, está previsto para ocorrer no dia 3 de fevereiro, trazendo a tripulação da Polarstern, que partirá da Estação Neumayer III, na Antártida.
Após o desembarque, em Mount Pleasant, a equipe científica e membros da tripulação do navio continuarão a sua jornada para a Antártica no navio de pesquisa Polarstern.
“Estamos nos preparando meticulosamente para esta expedição, que planejamos há anos e agora podemos embarcar apesar da pandemia. Durante décadas, coletamos dados fundamentais sobre as correntes oceânicas, o gelo marinho e o ciclo do carbono no sul Oceano“, contou Dr. Hartmut Hellmer, oceanógrafo físico da AWI e líder científico da próxima expedição Polarstern. “Como essas medições de longo prazo formam a base para nossa compreensão dos processos polares e das previsões climáticas urgentemente necessárias, é importante que a pesquisa na Antártica continue nestes tempos difíceis”.
Por Gabriel Benevides
Publicado em 21/01/2021, às 12h00 - Atualizado às 14h42
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