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Caso raro

Dois aviões bateram em pleno ar nos Estados Unidos

Mesmo com danos extensos aeronaves realizaram pouso com segurança, uma delas usando paraquedas


Metroliner II após batida com o Cirrus

Danos na fuselagem do Metroliner II após colisão em pleno ar com um Cirrus SR22

A agência de aviação civil dos Estados Unidos (FAA, na sigla em inglês) e o conselho nacional de segurança de transporte (NTSB) estão investigando uma colisão em pleno voo de dois aviões durante a aproximação para pouso em Denver, no estado do Colorado.

O acidente, sem vítimas, envolveu um monomotor Cirrus SR22 e um turbo-hélice Fairchild Swearingen Metroliner II, da Key Lime Air, que realizava um voo cargueiro. Dados de radar mostram que a colisão ocorreu na manhã de ontem (12) às 11h25 (horário local), ao norte da cabeceira do aeroporto Denver Centennial.

No momento da colisão as duas pistas paralelas do aeroporto (17L e 17R) estavam operando, com a separação entre tráfegos sendo realizada por vetoração radar.

O Metroliner II realizava o voo KG-970, de Salida, também no Colorado, para a cidade de Denver, sendo liberado para descer para 6.400 pés (1.900 m) a 5,5 km ao norte da pista 17L (esquerda).

O Cirrus SR-22 (matrícula N416DJ) fazia um voo particular e foi liberado para realizar uma aproximação visual da pista 17R (direita), sendo avisado pelo controle de tráfego aéreo sobre a presença do Metroliner II que se aproximava para pouso na pista esquerda. O SR22 desceu para 6.400 pés a aproximadamente 5,5 km da cabeceira da pista ultrapassou o raio de curva, ficando ficando momentaneamente na linha central das duas pistas, até ultrapassar o limite de aproximação da pista esquerda, colidindo com o avião cargueiro.

mapa do acidente entre aviões

Linha amarela mostra aproximação incorreta do Cirrus, que ingressou na reta (em verde) final do Metroliner II. Em azul traçado pretendido pelo Cirrus. Imagem ilustrativa, sem precisão exata do local da colisão.

O Cirrus atingiu a fuselagem do Metroliner na seção traseira, destruindo parte da cabine e danificando o estabilizador vertical. Além disso, houve uma falha no motor direito. A tripulação declarou emergência, relatando falha no motor e reportando que o SR22 havia acionado o paraquedas e estava ‘caindo’ em uma área próxima ao aeroporto.

A família de aviões da Cirrus conta com um paraquedas balístico, utilizado em casos de emergência, evitando assim um pouso malsucedido em situação extrema. Já o Metroliner II pousou em segurança, mesmo com parte da estrutura severamente danificada. Uma das condições que permitiu o pouso seguro foi o fato da aviação ter padronizado a instalação dos cabos de comando (que movimentam os controles do avião) sob o piso. Em aeronaves antigas parte dos cabos passavam por cima ou pela lateral da fuselagem.

Cirrus SR22 após pouso de emergência efetuado por paraquedas [note as tiras amarelas do sistema de paraquedas]

Os tripulantes de ambos aviões não sofreram ferimentos. As autoridades dos Estados Unidos agora buscam compreender como a colisão ocorreu. Além do fato da curva com maior raio executada pelo Cirrus, chama atenção o fato que os aviões estavam sendo monitorados por radar, o que apresenta condições de prever risco de acidentes em pleno ar.

Por Gabriel Benevides
Publicado em 13/05/2021, às 15h00 - Atualizado às 17h58


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