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Efeito coronavírus

Pandemia acelera processo de aposentadoria de ícones da aviação

Clássicos como o MD-88 e 767 saem de cena antes do previsto


Pandemia forçou a Air Canada antecipar o último voo com o Boeing 767

Alguns icônicos modelos estão deixando a operação regular nas principais empresas aéreas do mundo. A crise gerada pela pandemia da Covid-19 antecipou a aposentadoria de diversos aviões, como os clássicos Mad Dog, da extinta McDonnell Douglas, mas atinge também modelos como o Boeing 767 e até os E-Jets da Embraer.

A Delta Air Lines encerrou a operação com as séries MD-88 e MD-90 na última terça-feira (2). Como adiantado por AERO Magazine, a empresa norte-americana optou por abreviar a carreira dos icônicos bimotores após a redução na demanda e as perspectivas de uma longa recuperação do mercado de transporte aéreo regular.

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Ainda que ainda fosse aeronaves bastante atraentes em diversas rotas, a Delta optou por concentrar sua frota em aeronaves mais eficientes, como os novos Airbus A220, que oferecem capacidade similar e custos menores.

Inicialmente, a companhia tinha em seus planos de aposentar o MD-80 no último trimestre deste ano, enquanto o MD-90 teria o seu desfecho apenas no final de 2022. A Delta está planejando aposentar nos próximos meses mais de 600 aeronaves, incluindo a frota de Boeing 777-200, com previsão de aposentadoria para o final deste ano.

Delta Air Lines antecipou a aposentadoria da frota de Mad Dog, planejada originalmente para ocorrer em 2022

Após 38 anos de operações na Air Canada o Boeing 767 também realizou o seu último voo no dia 2. A empresa de bandeira canadense também está reestruturando sua frota por conta da crise do coronavírus.

O último voo programado com um 767-300ER foi o voo AC439 entre Montreal e Toronto. A empresa confirmou a retirada de serviço de todos os seus 767, incluindo os vinte e cinco aviões que estão na sua subsidiária, a Air Canada Rouge. A aposentadoria do modelo estava nos planos da empresa, que após a chegada dos 787 reduziu gradualmente a frota dos icônicos 767.

Aeronaves mais eficientes, como o Airbus A220, devem substituir antes do previsto modelos de geração anterior

Além da Air Canada, recentemente a American Airlines também retirou o 767 de sua frota, que agora opera nos Estados Unidos apenas pela Delta e United Airlines.

Além do 767, a Air Canada também realizou o seu último voo programado com um Embraer 190, o que ocorreu no dia 31 de maio. Todavia, a aposentadoria do E-Jet também já estava nos planos da Air Canada após o início do recebimento dos primeiros Airbus A220, mas foi antecipada com a epidemia. Até final de 2020, a Air Canada deverá contará com catorze A220-300 em sua frota.

Por Gabriel Benevides
Publicado em 04/06/2020, às 14h10 - Atualizado às 15h44


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