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Acima da velocidade do som

Futuro jato supersônico civil se aproxima da validação do projeto

Aerion vai realizar testes em túnel de vento de alta velocidade com o avião AS2


Modelo AS2 da Aerion deverá voar com velocidade de cruzeiro de Mach 1.4

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O futuro avião supersônico Aerion AS2 deverá iniciar ainda em setembro os testes de alta velocidade em túnel de vento. O processo é parte da revisão de projeto preliminar (PDR), que avalia os dados críticos do projeto (PDR, na sigla em inglês).

Os ensaios serão conduzidos em conjunto com o Onera, o escritório francês de pesquisa aeroespacial, localizado em Modane. Os testes do túnel de vento devem ocorrer com um fluxo de ar que simulará velocidades três vezes maior que do som e vão avaliar o desempenho do design aerodinâmico em alta velocidade, avaliando as cargas sobre o avião, estabilidade e controle em velocidades transônicas e supersônicas. A avaliação deverá validar os parâmetros do projeto e serão usados ​​para a conclusão do PDR.

A Aerion também divulgou que concluiu a modelagem aerodinâmica do AS2 por meio do uso de ferramentas de otimização desenvolvidas pela subsidiária Aerion Technologies, em Palo Alto, Califórnia.

Os dados de computador envolveram milhares de pontos informações para refinar o perfil aerodinâmico da aeronave com um alto nível de fidelidade e detalhes, permitindo avaliar no modelo em escala um conceito mais próximo do final.

“Nosso processo de otimização de projeto da Aerion Technologies é estabelecido a partir de uma combinação de análise desenvolvida pela NASA, software CFD, ferramentas comerciais e nossa própria estrutura interna para ser altamente escalonável”, disse Alex Egeler, executivo da Aerion Technologies. “Esta estrutura flexível nos permite simular milhões de cenários de design paramétrico na nuvem e determinar soluções robustas –  tudo no mundo virtual a uma velocidade nunca antes vista no desenvolvimento de jatos executivos”.

O uso combinado dos resultados dos testes em túnel de vento e da modelagem computacional permitirá eliminar a necessidade de uma aeronave de demonstração nos estágios iniciais do ciclo de desenvolvimento. Isso permitirá ao fabricante reduzir os custos e os riscos, visto que o protótipo deverá surgir dentro de um envelope de voo próximo ao ideal. Anteriormente os testes com a aeronave real eram parte da validação de conceitos, exigindo ao longo do processo revisões complexas no projeto, que seriam aplicados ao modelo de série.

“Embora o surgimento de uma tecnologia de modelagem por computador cada vez mais sofisticada tenha aprimorado muito os projetos aeroespaciais, os testes de túnel de vento continuam sendo um componente-chave no ciclo de desenvolvimento”, explicou Robert Lewis, diretor de teste e avaliação do sistema da Aerion. “Certos aspectos do projeto da aeronave permanecem difíceis de modelar virtualmente e ainda requerem validação por meio de testes em túnel de vento”.

Ao atingir o PDR no próximo ano, a Aerion espera iniciar a produção do primeiro protótipo em meados de 2023, com o voo inaugural ocorreu dois anos depois. A expectativa é que a certificação ocorra no final da próxima década, com o AS2 entrando em serviço em meados de 2030.

Ainda que seja destinado ao mercado de aviação de negócios, a Aerion acredita em um potencial de vendas de 300 aeronaves, com um ritmo de entrega na ordem de 30 jatos por ano.

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Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 11/09/2020, às 09h00 - Atualizado às 10h16


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