Alta no preço do combustível de aviação chega perto dos 50% em cinco meses e empresas aéreas e governo buscam solução
O setor aéreo e o Governo Brasileiro realizaram a primeira reunião para buscar soluções para a disparada no preço dos combustíveis, que tem afetado diretamente as empresas aéreas.
A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) participou ontem (31 de maio) da primeira mesa de debates permanente com o governo para buscar soluções para a disparada do preço do querosene de aviação (QAV), item de maior incidência de custos da aviação comercial.
A reunião foi realizada com a Subchefia de Análise Governamental da Casa Civil, coordenada por Eduardo Aggio de Sá e estiveram presentes no encontro representantes das empresas aéreas, da Associação Latino-americana e do Caribe de Transporte Aéreo, da Associação Internacional de Transporte Aéreo e da Junta dos Representantes das Companhias Aéreas Internacionais no Brasil.
Um dos maiores entraves da retomada do transporte aéreo e redução no valor médio das passagens é o elevado valor do combustível, que impacta em quase metade dos custos da operação. Embora as empresas aéreas brasileira tenha realizado um forte trabalho, sem apoio estatal, para superar a crise gerada pela pandemia, a alta no preço do QAV tornou a operação completa e com poucas margens para redução de custos.
A alta do preço do combustível de aviação, que de janeiro a maio acumula alta de quase 49%. Além de ter aumentado 92% ao longo de 2021, em relação ao ano anterior.
“O governo está sempre à disposição de um diálogo aberto, franco, objetivo e propositivo para que possamos verificar como aumentar a competitividade do Brasil e como tornar o país mais próspero”, afirmou Eduardo Aggio de Sá, subchefe de Análise Governamental da Casa Civil.
Outra grande preocupação do setor aéreo é a carga tributária e com a extrema valorização do dólar em relação ao real, que também foi discutida com o representante da Casa Civil, já que mais de 50% dos custos do setor são dolarizados.
“Essa reunião é o primeiro passo de muitos outros que a ABEAR e demais entidades representativas da aviação comercial darão no sentido de ampliar o debate e a interlocução com o governo, em busca de soluções que minimizem o impacto do Custo Brasil para o setor”, disse Eduardo Sanovicz, presidente da Abear.
Durante a reunião, foi sugerida a criação de um grupo de trabalho com todos os participantes para ampliar a transparência e a competição no mercado de combustíveis.
Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 01/06/2022, às 12h16
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