Querosene de aviação já subiu quase 50% só em 2022 e movimento torna passagens mais caras
A Petrobras anunciou, no domingo (1), um novo reajuste do preço do querosene de aviação (QAV). Desta vez, o aumento será de 6,7%. Desde o início do ano, o combustível já subiu quase 49%, segundo dados da estatal compilados pela Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear).
“Mais uma vez o reajuste anunciado pela Petrobras comprova como as companhias aéreas enfrentam diariamente a alta dos custos estruturais, sobretudo com o atual cenário de guerra na Ucrânia que traz muita pressão para o preço do barril de petróleo e para a cotação do dólar”, segundo o presidente da Abear, Eduardo Sanovicz.
A guerra na Ucrânia é a responsável pelo impacto negativo nos custos estruturais das companhias aéreas. Segundo a associação, historicamente o QAV é o item de maior ineficiência econômica para as companhias aéreas brasileiras e responde por mais de um terço dos custos do setor, que por sua vez têm uma parcela de mais de 50% indexada ao dólar.
“A atual conjuntura traz muita dificuldade para podermos obter uma recuperação vigorosa diante da crise gerada pela pandemia do novo coronavírus”, afirma Sanovicz.
O Brasil é o único país do mundo que tem um tributo regional sobre o QAV, o ICMS, que chega até 25% do valor do combustível, dependendo do estado. As empresas estrangeiras estão isentas do tributo para abastecer no país. Isso justifica, em muitas oportunidades, uma viagem internacional ser mais barata do que um voo doméstico.
Marcel Cardoso
Publicado em 02/05/2022, às 14h25
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