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Crimes virtuais

Embraer não paga 'resgate' e hackers divulgam dados sigilosos

Criminosos sequestraram dados e exigiam pagamento em criptomoedas


Embraer Super Tucanos da Filipinas

Dados do Super Tucano teriam sido expostos por grupo de criminosos

Um grupo de hackers vazou uma série de informações confidenciais da Embraer no último dia 7 de dezembro. Os dados foram disponibilizados para acesso ao público após o grupo de cibercriminosos não conseguirem receber o valor de um resgate exigido do fabricante brasileira.

O grupo de criminosos exigiu o pagamento de um valor em criptomoedas, o que foi prontamente negado pela direção da Embraer. Com a recusa os hackers cumpriram a ameaça e divulgaram dados considerados sigilosos. A lista contém informações diversas, como detalhes do Super Tucano, dados de funcionários, contratos específicos, entre outros.

O ataque foi realizado utilizando um tipo de software ransomware, que atua restringindo o acesso ao sistema ‘infectado’ e realiza o bloqueio completo dos computadores e cobra um resgate em criptomoedas.

Após negar o pagamento a Embraer restaurou seus sistemas de backup e iniciou uma revisão dos processos de segurança. A empresa informou o ocorrido às autoridades que devem investigar o caso.

Em comunicado ao mercado o vice-presidente Executivo Financeiro e Relações com Investidores, Antonio Carlos Garcia, esclareceu que a Embraer segue investigando as circunstâncias do ataque e a quantidade de informações roubadas e avalia o impacto nas suas operações.

COMUNICADO AO MERCADO

A Embraer S.A. (a “Companhia”) informa a seus acionistas e ao mercado que restabeleceu a operação de todos os seus sistemas de tecnologia da informação que foram desligados temporariamente, como medida de precaução, em razão do ataque  cibernético divulgado no fato relevante publicado em 30 de novembro de 2020.  

A Companhia segue investigando as circunstâncias do ataque e a quantidade de informações exfiltradas ou divulgadas, avaliando a existência de impactos sobre seus negócios e terceiros, bem como determinando e tomando as medidas cabíveis.

A Companhia esclarece que recebeu pedido de negociação de potenciais pagamentos no contexto do ataque cibernético e que não iniciou qualquer processo de negociação, bem como não realizou quaisquer pagamentos a terceiros supostamente envolvidos em tal incidente.

A Companhia informou o ocorrido às autoridades, as quais investigam o incidente. Como resultado da investigação interna conduzida pela Companhia até o presente momento, a Companhia apurou que certas informações foram divulgadas. A Companhia está trabalhando com os terceiros que foram afetados pelo incidente.

A Companhia manterá o mercado informado dos desdobramentos relevantes deste evento, em cumprimento à regulamentação da Comissão de Valores Mobiliários.

São José dos Campos, 9 de dezembro de 2020.

Antonio Carlos Garcia

Vice-Presidente Executivo Financeiro e Relações com Investidores

Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 10/12/2020, às 11h00 - Atualizado às 15h44


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