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Tragédia no Irã

Destroços do Boeing que caiu no Irã mostra possível dano externo antes da queda

Marcas na fuselagem e estabilizador, somado a perda dos dados do ADS-B, sugerem que aeronave foi atingida em voo


Imagens mostram danos causados externamente a estrutura do Boeing 737 ocasionada possivelmente antes da queda

Um grave acidente aconteceu nas primeiras horas da manhã de quarta-feira (08) em Teerã, capital do Irã. A aeronave deixava o aeroporto internacional Imam Khomeini,  30 quilômetros ao sul capital iraniana, tendo como Kiev, na Ucrânia.

As primeiras imagens do local do acidente mostram extensivos danos na fuselagem e estabilizador vertical provocado por estilhaços. As marcas mostram que as avarias ocorreram antes do choque do avião com o solo. Em um vídeo publicado logo após o acidente é possível ver o avião em chamas, voando em direção ao solo.

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O Boeing 737-800 operado pela Ukraine International Airlines decolou às 6h12m no horário local e caiu aproximadamente dois minutos após a decolagem, segundo dados do serviço de rastreamento de voo Flight Radar 24 [clique aqui para acessar]. Os dados transmitidos pelo sistema ADS-B, que fornecem os parâmetros para o monitoramento no Flight Radar 24, param de funcionar com aeronave a 7.925 pés (2.400 metros) e 275 nós (510 km/h). A falha demonstra que a aeronave apresentou uma falha grave ainda em voo, perdendo seus sistemas antes da queda.

Inicialmente a embaixada da Ucrânia, em Teerã, afirmou que uma falha no motor foi responsável pelo acidente. “De acordo com as informações preliminares, o avião caiu como resultado de uma falha no motor por razões técnicas. Neste momento, a versão de um ataque terrorista está descartada”, afirmava a postagem realizada no Twitter oficial da embaixada ucraniana. Momentos depois o Ministério de Relações Exteriores da Ucrânia apagou a postagem e informou que qualquer comentário sobre a causa do acidente não era oficial até a conclusão das investigações.

Os danos iniciais sugerem um problema causado por um fator externo, como uma explosão que gerou uma quantidade mortal de detritos que atingiram a aeronave. O Segundo o analista de segurança da aviação Todd Curtis os destroços estavam muito fragmentados, o que pode demonstrar houve um impacto intenso contra o solo ou algo aconteceu ainda em voo. Em entrevista à rede BBC o analista explica que “até o momento não há nada que indique uma causa específica. Mas não podemos descartar a possibilidade de que algo fora da aeronave possa ter colidido ou alguma outra questão possa estar envolvida”. O especialista ainda ressaltou durante a entrevista que o avião foi fabricado em 2016 e entregue novo a companhia aérea ucraniana, não tendo questões pendentes com as autoridades europeias e americanas. Segundo as agências iranianas, a caixa preta já foi encontrada e a investigação das causas do acidente já estão em curso. Todavia, Teerã afirmou que não vai entregar as caixas-pretas para análise da Boeing ou das autoridades dos Estados Unidos.

As marcas nos destroços são similares as encontradas no Boeing 777 da Malaysia Airlines, que foi derrubado em julho de 2014 ao sobrevoar a Ucrânia. Na ocasião, o avião que havia decolado de Amsterdã, nos Países Baixos, com destino a Kuala Lumpur, na Malásia.

O Boeing 737-800 da Ukraine International Airlines, matrícula UR-PSR, voava uma rota regular que atendia especialmente a turistas. Em postagem no Twitter, o ministro Relações Exteriores da Ucrânia, Vadym Prystaiko, detalhou a nacionalidade dos ocupantes. “No momento conhecemos a seguinte informação sobre os países de origem dos passageiros: 82 iranianos, 63 canadenses, 11 ucranianos (9 tripulantes), 10 suecos, 3 alemães, 3 ingleses e 4 afegãos’’, afirma a publicação.

As equipes de resgate atenderam prontamente ao chamado, chegando ao local minutos após a queda, mas de acordo com fontes oficiais do Irã, não puderam fazer nada por conta das chamas e dos destroços da aeronave que estavam bastante deteriorados. O chefe do Crescente Vermelho afirmou que não havia nenhuma possibilidade de sobreviventes.

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Por Gabriel Benevides e Edmundo Ubiratan
Publicado em 08/01/2020, às 12h00 - Atualizado às 15h43


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