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Corrosão no motor do Boeing 737 pode causar falha em voo

Aeronaves armazenadas durante a pandemia podem ter sofrido corrosão potencialmente perigosa


Empresas aéreas deverão realizar nova inspeção obrigatória antes de recolocar os 737 em voo regular

Após um longo período de inatividade da frota global, causada pela pandemia de covid-19, as autoridades de aviação dos Estados Unidos encontraram uma potencial falha nos modelos Boeing 737 Classic e 737 NextGeneration armazenados.

Os inspetores da FAA, a agência de aviação civil dos Estados Unidos, encontraram pontos de corrosão em algumas válvulas de retenção de ar (bleed air) do quinto estágio de sangria dos motores CFM56, que impulsionam as duas famílias de aviões da Boeing.

O problema foi reportado após quatro aviões terem sido retirados do armazenamento prolongado, quando estavam estacionados por sete ou mais dias consecutivos. A falha está relacionada apenas aos motores da série CFM56-3 (737 Classic) e série CFM56-7 (737 NG).

A FAA emitiu uma Diretiva de Aeronavegabilidade de Emergência (EAD, na sigla em inglês) para todas as aeronaves das duas famílias do Boeing 737 que tenham sido armazenadas por mais de sete dias consecutivos. A EAD ainda torna compulsória a inspeção para as companhias aéreas que realizaram menos de dez ciclos de voo no período.

Segundo o relatório, o problema pode levar a um desligamento dos motores em voo, obrigando um pouso forçado fora do aeroporto de destino. A diretiva foi publicada após quatro eventos separados em que um dos motores do Boeing 737 foi desligado durante um voo. As paradas foram causadas por corrosão na bleed air do quinto estágio.

O processo para manutenção prevê que os técnicos das empresas aéreas realizem uma inspeção visual no componente, girando as válvulas ao menos três vezes, evitando assim o início de um processo de corrosão.

A EAD explica que os técnicos devem verificar se a flapper plate da válvula se move suavemente, sem sinais de estar presa ou com aderência demasiada, partindo da posição totalmente fechada, as buchas do flapper também devem ser separadas por pelo menos 0,102 mm (0,004 polegadas) em ambos os motores para que a válvula passe na inspeção. O documento ainda aponta que deve ser verificado sinais de rachaduras, fraturas e cabeças de bucha ausentes. Caso o sistema não apresente nenhum dos sinais de corrosão estará liberado para voar sem mudanças no processo de manutenção previsto no manual do avião.

A diretiva emergencial é obrigatória para todos os operadores dos dois modelos do 737 no mundo. O fundamento por trás do procedimento é similar ao exigido em qualquer máquina parada por longos períodos.

Nota da redação: Fazem parte da família 737 Classic os modelos 737-300, 737-400 e 737-500 (1984 e 2000). A família 737 NextGeneration é composta pelas séries 737-600, 737-700, 737-800 e 737-900 (1996 e 2019).

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Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 27/07/2020, às 11h20 - Atualizado às 12h06


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