Desfile em Pequim marca 80 anos do fim da Segunda Guerra e exibe Y-9FQ, Y-9LG e sistemas não tripulados
A China exibiu no desfile militar em Pequim, que marcou os 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial, os caças Chengdu J-20, Shenyang J-15 e o novo Shenyang J-35, projetado para operações embarcadas. Também sobrevoaram a Praça da Paz Celestial (Tiananmen) as versões mais recentes do bombardeiro Xian H-6 — J, K e N.
Novas variantes do Shaanxi Y-9 e sistemas aéreos não tripulados também foram destaque da para militar, assim como a exibição de mísseis com capacidade de ataque nuclear.
Dois H-6N voaram em formação com um Y-20U reabastecedor, reforçando a capacidade estratégica do vetor nuclear. O armamento apresentado incluiu mísseis CJ-10K e o JL-1, este último exposto em transporte terrestre.
O presidente Xi Jinping acompanhou o desfile ao lado do russo Vladimir Putin e Kim Jong-un, ditador da Coreia do Norte. A presença dos dois reforçou a sinalização de aproximação militar entre os três países e a crescente influência global chinesa, sobretudo em questões estratétgicas.
Duas novas variantes do Shaanxi Y-9 foram apresentadas durante a parada militar. O Y-9FQ, voltado para guerra antissubmarino, e o Y-9LG, dedicado à guerra eletrônica, foram mostrados pela primeira vez ao público. Ambos derivam do transporte tático Y-9.
O Y-9FQ é equipado com radar de varredura eletrônica ativa e teria entrado em serviço em 2023, enquanto o Y-9LG foi projetado para suprimir radares e comunicações adversárias, em papel semelhante ao L3Harris EA-37B Compass Call da Força Aérea dos Estados Unidos.
Durante o desfile militar veículos transportaram os protótipos de aeronaves de combate não tripuladas. Incluindo uma versão atualizada do Hongdu GJ-11 Sharp Sword e o que fontes não oficiais apontam como GJ-21, possivelmente adaptado para porta-aviões.
Modelos de UCAV com capacidade furtiva também foram exibidos. Alguns sequer haviam sido apresentados antes do desfile. Além disso, helicópteros não tripulados semelhantes ao MQ-8C Fire Scout da Marinha dos EUA foram transportados em caminhões, equipados com torres eletro-ópticas e radares de busca.
O evento reforçou a cooperação entre China, Rússia e Coreia do Norte. Recentemente Pequim passou a realizar missões de patrulha conjunta com Pequim, inclusive na região próxima do Alasca.
Com o agravamento do conflito na Ucrânia, com os russos perdendo grande parte do efetivo de militar, Pyongyang, por sua vez, enviou munições e tropas à guerra na Ucrânia. Existem negociações para Moscou vender novos caças para o regime norte coreano.
Apesar disso, analistas avaliam que a China evita apoiar abertamente a modernização da força aérea norte-coreana devido às sanções da ONU e ao risco de desequilíbrio regional. Um dos temores é que o ditador Kim Jong Un em eventual turbulência doméstica possa atacar a Coreia do Sul ou o Japão, criando um conflito com graves consequências para a economia chinesa.
Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 03/09/2025, às 11h04
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