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Brasil atrai US$ 7,5 bilhões em projetos de indústria limpa com foco em aviação e combustíveis sustentáveis

Brasil seleciona sete projetos inovadores com apoio do ITA e MDIC para promover descarbonização industrial em setores estratégicos, incluindo aviação,


Projetos apoiados por ITA e MDIC priorizam descarbonização dos setores de aviação, com destaque para produção nacional de SAF e hidrogênio verde - Embraer
Projetos apoiados por ITA e MDIC priorizam descarbonização dos setores de aviação, com destaque para produção nacional de SAF e hidrogênio verde - Embraer

Sete projetos inovadores voltados à indústria limpa foram selecionados pelo Acelerador de Transição Industrial (ITA, na sigla em inglês), em parceria com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). O anúncio reforça a ambição brasileira de liderar a descarbonização industrial em setores estratégicos, incluindo aviação, produtos químicos, cimento e alumínio.

Com investimentos estimados em mais de US$ 7,5 bilhões, os projetos receberão suporte técnico do ITA para superar barreiras operacionais, articular cadeias produtivas nacionais e internacionais, atrair energia limpa e viabilizar soluções financeiras até a decisão final de investimento. A ação se insere no escopo do Programa de Apoio a Projetos do ITA, que posiciona o Brasil como parceiro inaugural do instituto global.

Aviação e combustíveis sustentáveis

No setor aeronáutico, destaca-se o projeto da Acelen Renováveis, que prevê a produção de até 1 bilhão de litros por ano de combustíveis sustentáveis (SAF) e o chamado HVO (Hydrotreated Vegetable Oil). Este último, uma iniciativa baseada no óleo de macaúba, planta nativa do Brasil, e contempla uma cadeia vertical integrada que inclui pesquisa, produção de mudas, cultivo em 180 mil hectares e processamento industrial.

Além disso, o projeto Solatio H2 Piauí viabilizará 3 GW de capacidade industrial para a produção de hidrogênio e amônia verde, com apoio de 14 GW em geração renovável. A planta industrial terá capacidade para 2,2 milhões de toneladas por ano de amônia verde até 2030, oferecendo soluções energéticas de baixo carbono para setores como o de aviação.

Embora não relacionado de forma direta com o setor aeronáutico, mas ainda na cadeia de alumínio, os projetos da Alcoa e da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) buscam reduzir a intensidade de carbono da produção nacional, baseada em energia hidrelétrica.

Em nota, o ITA e o MDIC afirmam que os projetos representam diferentes níveis de maturidade tecnológica e estão distribuídos em diversas regiões do Brasil, refletindo a diversidade de desafios na transição para uma economia industrial de baixo carbono.

O apoio oferecerá soluções customizadas, conectando os projetos às cadeias globais de valor e financiamento. O ITA também lançou iniciativas semelhantes em países do Oriente Médio e Norte da África.

Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 21/05/2025, às 14h00


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