Três anos depois, o legado do Mriya segue vivo, inspirando gerações e representando o auge da engenharia aeronáutica soviética e ucraniana
No dia 27 de fevereiro de 2022, o mundo da aviação sofreu uma grande perda com a destruição do Antonov An-225 Mriya, a maior e mais pesada aeronave já construída. O gigante dos céus foi destruído durante um ataque russo ao Aeroporto de Hostomel, na Ucrânia, nos primeiros dias da invasão russa ao país.
O An-225 Mriya, que significa "Sonho" em ucraniano, era uma peça única da engenharia aeronáutica. O avião foi desenvolvido pela Antonov na década de 1980 para transportar o ônibus espacial soviético Buran. Com seis motores e uma capacidade de carga de 250 toneladas, o Mriya tornou-se um símbolo da aviação de carga, realizando missões humanitárias e transportando cargas que nenhuma outra aeronave poderia suportar.
Sua destruição representou um duro golpe não somente na aviação, mas também para a Ucrânia e entusiastas do mundo inteiro. Além da perda histórica, o impacto econômico também foi significativo, pois a Antonov Airlines, que operava o An-225, perdeu sua aeronave mais valiosa que detinha a maior capacidade no transporte de cargas.
Desde então, a Antonov e o governo ucraniano vêm discutindo a possibilidade de reconstruir a aeronave. Em novembro de 2022, a fabricante confirmou que havia iniciado os trabalhos para construir um novo Mriya, utilizando peças e componentes recuperados da fuselagem original e de um segundo An-225 inacabado. No entanto, o custo estimado ultrapassa os US$ 500 milhões, tornando o projeto um grande desafio, ainda mais diante dos impactos financeiros da guerra contra a Rússia.
Atualmente, a Ucrânia ainda enfrenta dificuldades devido à guerra em curso, o que torna a reconstrução do An-225 um objetivo distante. No entanto, o legado do Mriya continua vivo, inspirando novas gerações e lembrando o mundo da grandiosidade da engenharia aeronáutica ucraniana.
Além disso, a Antonov não está produzindo novas aeronaves, concentrando-se na manutenção e atualização de modelos existentes. A empresa também está envolvida na reconstrução de aeronaves danificadas durante o conflito.
Após três anos da destruição do An-225, muitos ainda perguntam sobre a possibilidade de uma segunda aeronave do modelo ganhar os céus, entretanto, diante das incertezas, principalmente pela indefinição do fim da guerra, ao que parece, o 'Sonho' de ver um An-225 voando novamente, parece estar distante da realidade.
Por Gabriel Benevides
Publicado em 27/02/2025, às 16h38
+lidas