Operação com helicóptero S92 utilizou um mistura certificada entre combustível renovável e querosene de aviação
A Líder Aviação realizou na última terça-feira (20), o primeiro voo da aviação geral no Brasil utilizando combustível sustentável de aviação. A operação, conduzida com um helicóptero Sikorsky S92, foi realizada a serviço da empresa de energia Equinor.
O abastecimento foi feito com um blend de 10% de SAF e 90% de querosene de aviação (JET A), fornecido pela Vibra, por meio da unidade BR Aviation. A mistura está em conformidade com as normas da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e foi certificada pelo laboratório de Ensaios de Combustível da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
A decolagem ocorreu no aeroporto de Jacarepaguá (RRJ), no Rio de Janeiro. Considerando o potencial de redução do SAF no blend utilizado, estima-se que o voo tenha emitido cerca de 9% menos CO₂ do que uma operação convencional. O biocombustível usado foi produzido a partir de óleo de cozinha reciclado (UCO – Used Cooking Oil), reforçando o reaproveitamento de resíduos como estratégia de descarbonização.
O combustível está armazenado no aeroporto internacional do Galeão (GIG), certificado com o selo ISCC (International Sustainability and Carbon Certification). O SAF é classificado como um combustível “drop-in”, o que permite seu uso em motores convencionais sem necessidade de adaptação técnica, viabilizando a transição gradual para uma aviação de menor impacto ambiental.
Com a iniciativa, a Líder Aviação se torna a primeira empresa de aviação executiva a utilizar SAF fornecido pela Vibra, antecipando-se à regulamentação que tornará o uso desse tipo de combustível obrigatório a partir de 2027. “Estamos dando um passo concreto na direção de uma operação mais sustentável, alinhada aos valores dos nossos clientes e às exigências futuras do setor”, disse Diego Reis, diretor geral de Operações de Helicópteros da Vibra.
A ação faz parte de um plano mais amplo de sustentabilidade da Líder, que inclui iniciativas como eficiência no consumo de combustível, padronização de rotas, uso de energia limpa e participação em fóruns regulatórios. “Estamos comprometidos em liderar essa transição energética na aviação”, disse Jorge França, diretor de Qsmsi da Líder Aviação.
Por Marcel Cardoso
Publicado em 21/05/2025, às 09h45
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