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Bombardeiro dos EUA realiza exercício próximo a fronteira da China

Manobra foi considerada hostil pelo governo chinês e o Pentágono afirma que deslocamento é resposta as ações de Pequim


EUA enviam bombardeiro B-52 em respostas as manobras militares da China em região sob constestação internacional

Um bombardeiro dos Estados Unidos voou por 28 horas, realizando um exercício militar conjunto entre a marinha e a força aérea, demonstrando a rápida capacidade de resposta do país. O bombardeiro decolou do estado da Louisiana, na região central, voando para o Mar da China Meridional, onde se encontrou com a força naval do Pacífico, incluindo os porta-aviões USS Nimitz e USS Ronald Reagan, passando a realizar uma série de exercícios conjuntos.

O evento ocorreu na madrugada do dia 4, horas antes dos norte-americanos iniciarem a comemoração da independência. O que segundo o comunicado da marinha norte-americana demonstra a capacidade de resposta do país a qualquer evento no mundo. “Em casa, comemoraríamos dia 4 [de julho] lançando fogos de artifício", disse a US. Navy "mas nada compara a liberdade como o lançamento de jatos de combate do meio do oceano à noite”.

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O exercício é considerado de grande complexidade técnica e geopolítica, visto que a frota se deslocava próximo à fronteira chinesa. Aliás, a reação de Pequim foi pouco amistosa ao exercício “patriótico”. A China considerou a manobra obscura e afirmou que esses eventos minaram a estabilidade da região.

Segundo o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, em resposta a agência Associated Press, o envio de forças maciças em larga escala nas águas relevantes do Mar da China Meridional flexionaram os “músculos militares” chineses.

O governo de Pequim tem ampliado sua presença militar na região, inclusive em 2019 suas manobras exigiram quase 700 surtidas por parte da força aérea de autodefesa do Japão, que flagraram aeronaves chinesas na proximidade com sua fronteira.

Recentemente os Estados Unidos realizaram um grande exercício militar envolvendo os ombardeiros supersônicos B-1B Lancer que realizaram uma missão de longa duração ao redor do mundo. Em abril os aviões voaram justamente no Mar da China Meridional ao lado de caças japoneses. No mês passado, outros dois B-52H voaram para o Japão para realização de manobras militares conjuntas.

Segundo os Estados Unidos, o exercício de sábado ocorreu após os militares chineses realizarem uma série de manobras de larga escalas nos arredores das ilhas Paracel. “A área designada para a realização dos exercícios abrange águas e território contestados”, afirma o Departamento de Defesa dos Estados Unidos. "A realização das manobras militares em território disputado no Mar da China Meridional é contraproducente aos esforços para diminuir as tensões e manter a estabilidade". Ainda que as ilhas não sejam habitadas, elas estão sob controle chinês desde os anos 1970, em uma ocupação contestada por Taiwan e pelo Vietnã.

"Enquanto operamos em todo o teatro Indo-Pacífico, nossas unidades da frota continuam buscando todas as oportunidades para fortalecer nossas capacidades e proficiência na condução de operações conjuntas, combinadas e de todos os domínios com nossos aliados", disse Joshua Fagan, comandante da Marinha dos EUA e oficial do Task Force 70 Air Operations.

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Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 06/07/2020, às 18h00 - Atualizado às 20h12


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