Com mais de 1.500 aviões entregues em 50 anos, modelo poderá ter nova chance após a pandemia
Ao longo de 51 anos a Boeing entregou mais de 1.500 unidades do 747, em todas as suas versões
A Boeing poderá manter a produção do 747-8 nos próximos anos, contrariando as previsões do mercado que o eterno Jumbo poderá ser retirado de linha em meados de 2022. Com a grave situação financeira das companhias aéreas em todo o mundo, os quadrimotores se tornaram pouco atraentes, especialmente quando comparados a nova geração de bimotores com capacidade similar.
Todavia, um dos destaques do 747 é sua grande capacidade de transporte de carga, algo que poderá ganhar novo impulso com a expansão do comércio eletrônico e da nova realidade gerada pela pandemia de covid-19.
O 747-8 se destacou como cargueiro, com 90 unidades já entregues na configuração 747-8F. Com capacidade para até 138 toneladas de carga paga e uma ampla área interna, aliado ao nariz basculante, o novo Jumbo oferece maior flexibilidade que aeronaves como o futuro 777-300 cargueiro. Ainda que volumetricamente o Triple Seven seja ligeiramente maior que o 747-400, o modelo conta com apenas uma porta lateral, impedindo o carregamento de cargas com grande volume ou comprimento.
Lufthansa é a principal operadora do 747-8 Intercontinental, que obteve modesta participação no mercado
Caso a Boeing opte por manter a produção ativa, após a entrega das últimas 14 aeronaves encomendadas, terá de negociar novos contratos com fornecedores, como a Triumph Group que encerrou as atividades e iniciou a desmontagem de sua unidade responsável pela produção de seções da fuselagem do 747. A empresa da Califórnia produziu componentes para todos os 747 produzidos desde 1968. A retomada das atividades dependerá de um novo acordo que tenha capacidade de viabilizar uma nova linha de produção.
A Boeing poderá manter a linha ativa ao menos até 2022, quando terá a confirmação de um possível novo contrato ou a definitiva resposta do mercado que a era do Jumbo encerrou. Com mais de 1.500 aviões entregues ao longo de 51 anos, o 747 se firmou como um dos símbolos da aviação comercial e inaugurou uma nova era no transporte de passageiros.
Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 12/06/2020, às 13h00 - Atualizado em 15/06/2020, às 12h52
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