Carteira de pedidos encolheu para 4.744 aeronaves após impacto da pandemia
Mercado de aeronaves cargueiras se manteve aquecido durante a pandemia
A Boeing registrou nove encomendas no mês de maio, mas obteve o dobro de cancelamentos, sendo catorze 737 MAX. A carteira de pedidos reflete a mudança no mercado de aviação comercial, fortemente impactada pela pandemia da covid-19.
O total de entregas no mês passado foi de apenas quatro aeronaves, ante seis entregas em abril. O resultado se tornou o pior mês de maio para a Boeing em seis décadas, com quase 87% menos entregas se comparado ao mesmo período de 2019.
A carteira de pedidos encolheu para 4.744 aeronaves, o menor volume desde 2013. O total ainda incluiu a remoção da carteira pedidos de empresas que enfrentam problemas financeiros e que não poderão honrar os compromissos de compra, algo que não ocorria há sete anos. Com os ajustes os pedidos líquidos ajustados reduziram em 602 aviões.
Entre as entregas estavam três aviões cargueiros, sendo dois 777F e um 767F. Os pedidos para aeronaves destinadas ao transporte de cargas não sofreram grandes perdas, especialmente pela ampliação do mercado de transporte aéreo gerada pela pandemia. Além da demanda por encomendas expressas, devido ao comércio eletrônico, a elevada necessidade de transportar insumos médicos e hospitalares ampliou a demanda por frete aéreo.
Com os resultados na carteira de pedidos sofrendo com a redução da demanda, as ações da Boeing caíram 6%, fechando em US$ 216,74 no dia 9 de junho. Ainda assim, as ações subiram quase 70% no mês passado, com sinais da retomada em curto prazo das viagens aéreas. Ainda assim, até o momento o valor das ações caiu mais de 30% no acumulado do ano.
Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 10/06/2020, às 12h00 - Atualizado às 13h33
+lidas