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Empregador versus pandemia

British Airways ameaça demitir todos seus pilotos

Empresa alerta sindicato que caso não obtenha um acordo poderá afastar pilotos e recontrata-los sob novas regras


Disputa entre interesses de pilotos e empresa aérea promete deteriorar os animos na British Airways

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A British Airways alertou o sindicato dos pilotos que caso não haja um acordo para a reestruturação salarial, poderá demitir todos os seus 4.300 pilotos e recontratá-los em contratos individuais e com novos salários.

A empresa britânica negocia com todos os seus funcionários e fornecedores novos acordos devido a situação extrema vivenciada pelo setor aéreo após a pandemia da covid-19. A British Airways foi uma das empresas que sofreu o maior impacto pela quase suspensão total de voos nos últimos quatro meses.

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A companhia aérea estaria disposta a realizar uma redução planejada de 1.130 postos de trabalho nos próximos dias, informou o sindicato por correio eletrônico aos colaboradores. “Isso prejudicou seriamente nossas conversas, que agora está por um fio”, disse Brian Strutton, secretário-geral do sindicato.

Um porta-voz da British Airways afirmou que a companhia está planejando cortar 12.000 postos de trabalho. “Estamos agindo agora para proteger o maior número possível de empregos, o setor aéreo está enfrentando a mais profunda mudança estrutural de toda a sua história, decorrente de uma economia global gravemente enfraquecida pela pandemia”.

O grupo IAG, controlador da British Airways e Iberia, está realizando cortes de custos para amenizar a abrupta queda nas suas viagens, atual realidade das demais operadoras da Europa. Mesmo com ajuda estatal as companhias aéreas europeias serão as maiores prejudicadas pelo fechamento de fronteiras, visto que o continente foi um dos mais afetados pela pandemia. Somadas as empresas aéreas da Europa pretendem cortar mais de 50.000 empregos, incluindo 10.000 postos perdidos somente no grupo Lufthansa.

Em uma carta aos funcionários, o CEO da British Airways, Alex Cruz, disse que o grupo IAG está gastando cerca de 178 milhões de libras por semana sem gerar receita, situação que força a tomada de medidas para economizar o máximo possível de custos. A AIG ainda negocia um replanejamento para o pagamento das dívidas com seus fornecedores, visto a dificuldade para arcar com um grande fluxo de pagamento em um momento que não pode voar.

Com estes entraves, a British Airways tem criticado duramente o plano de auto isolamento, de 14 dias, para os passageiros que chegarem ao Reino Unido imposto pelo governo. A medida deverá atrapalhar os planos da companhia de reiniciar os seus voos em julho e afetar o interesse das pessoas voltarem a viajar.

Por Gabriel Benevides
Publicado em 09/06/2020, às 10h00 - Atualizado em 10/06/2020, às 16h55


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