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Ideias disruptivas

Avião do futuro tem asa diamante e baterias de célula de hidrogênio

Conceito pretende oferecer soluções para futuros projetos de aeronaves comerciais com emissão de carbono zero


AKKA Greenfly

Asa romboidal, com formato de diamante, permite reduzir o arrasto e aumetar a eficiência aerodinâmica

Motores alimentados por baterias de célula de hidrogênio e asas com solução aerodinâmica inovadora, poderá ser a base para futuros aviões civis no médio prazo. Ao menos é o que espera a belga Akka Technologies, especializada inovações para  a indústria de transporte e ciências. A empresa revelou o conceito Green & Fly, que busca oferecer novas ideias para programas aeronáuticos futuros.

O futuro do mercado da aviação passa por uma corrida sem precedes por novos combustíveis e tecnologias que possam reduzir as emissões de poluentes e tornar mais rentável o transporte aéreo.

As asas do avião são no formato romboidal, que oferece um arranjo de diamante, que em determinadas configurações pode oferecer grande sustentação e menor arrasto, com propulsão totalmente elétrica, alimentado por baterias de célula a combustível de hidrogênio e supercapacitores.

O conceito foi criado planejando o transporte de até trinta passageiros, com alcance de até 500 quilômetros, e capacidade de pouso e decolagem curtos (Stol, na sigla em inglês).

A Akka afirmou que a ideia é conceber um avião regional capaz de operar nos aeroportos existentes, com um mínimo de mudanças na infraestrutura, a maioria apenas relacionada ao abastecimento de hidrogênio.

“Estou extremamente orgulhoso de nossos engenheiros que criaram este conceito de aeronave que estamos revelando hoje. Estou convencido de que o hidrogênio é uma das tecnologias mais promissoras, abrindo caminho para uma nova era na indústria da aviação, entre outros”, destacou Mauro Ricci, presidente do conselho e CEO do grupo AKKA Technologies.

O conceito combina as tecnologias mais recentes e explora várias aerodinâmicas  conhecidas, como o formato das asas, podendo otimizar o desempenho e o consumo de energia da aeronave.

Um dos diferenciais do projeto são suas asas romboédricas, que na teoria gera arrasto induzido nas pontas de asas, fenômeno gerado pela diferença de pressão entre a parte superior da asa e a parte inferior. Embora o uso dos tradicionais winglets ou mesmo novas pontas de asas refinadas gerem considerável redução no arrasto, a opção do formado romboidal oferece melhor aproveitamento aerodinâmico e permite explorar novos conceitos inéditos na aviação comercial.

Outra inovação é as estruturas inspirados biomimética, área da engenharia que busca criar asas e fuselagens inspiradas nas nervuras de uma folha, melhorando a eficiência do enrijecimento e flexibilidade, ao mesmo tempo que reduz a massa da aeronave. O conceito ainda prevê uso de inteligência artificial, permitindo assim a operação com um único piloto.

O projeto da aeronave também incorpora trem de pouso com recuperação de energia, com extensão e retração elétrica, com o objetivo de substituir gradativamente todos os componentes hidráulicos por elétricos, o que além de reduzir o peso estrutural ainda maximiza o uso de energia do avião.

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Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 18/10/2021, às 14h30 - Atualizado às 16h41


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