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Sobrevivente de explosões nucleares

Após sobreviver a três explosões nucleares bombardeiro que realizava voos panorâmicos cai nos Estados Unidos

B-17G sofre acidente fatal após decolar de aeroporto regional no Connecticut


B-17 sofre grave acidente nos Estados Unidos | Imagem: Reprodução dailymail/YouTube

Um veterano bombardeiro B-17 caiu ao se aproximar do aeroporto nos arredores de Windsor Locks, no estado norte-americano do Connecticut. O histórico avião decolou para um voo panorâmico quando declarou enfrentar problemas assim que saiu do chão, iniciando os procedimentos para retornar ao aeroporto.

O acidente ocorreu no aeroporto de Bradley, quando o avião colidiu com um prédio perto da área de degelo do aeroporto. A bordo haviam treze pessoas, sendo três tripulantes e dez passageiros, as autoridades não confirmaram o estado geral das vítimas, apenas que houve dois mortos no acidente. O aeroporto ficou fechado entre às 10 horas às 14 horas, quando as equipes de socorro concluíram seus trabalhos.

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O B-17 pertence a Collings Foundations, uma instituição de preservação da história da aviação e da indústria automotiva, com sede no estado do Massachusetts. Como é comum nos Estados Unidos, algumas instituições de preservação histórica realizam voos com aeronaves clássicas, gerando uma fonte extra de receita e expandido sua visibilidade no país.

B-17 envolvido no acidente dirante um voo de demonstração com lançamento de bombas inertes

O avião, um B-17G Flying Fortress foi restaurado pela Collings Foundations em homenagem ao histórico B-17 conhecido como Nine-O-Nine que completou 140 missões de combate durante a Segunda Guerra Mundial. O avião original, um B-17G-30-BO (s/n 42-31909) foi construído pela Boeing em 1943 e serviu no 323º Esquadrão de bombardeiros do 91º Grupo de Bombardeiro, sendo o oitavo B-17 a conseguir completar todas as suas missões sem prejuízo a tripulação e regressando do combate sem maiores danos estruturais.

Já o Nine-O-Nine da Collings Foundations era um B-17G-85-DL (s/n 44-83575), construído em 1944 pela pela Douglas Aircraft, em sua planta industrial de Long Beach, na Califórnia. Durante o esforço de guerra diversos fabricantes passaram a utilizar suas capacidades para produzir aviões de terceiros, como o caso dos B-17 fabricados pela Douglas. O avião foi aceito pela força aérea do exército dos Estados Unidos (USAAF) em abril de 1944, chegando a Europa já no final das missões de bombardeiro. O avião foi destinado a missões de resgate no Air/Sea 1st Rescue Squadron, especializado serviços de resgate durante a guerra. A função básica era localizar aviões e embarcações aliadas em iniciar a coordenação do salvamento.

Anos mais tarde, em 1952, o avião recebeu uma complexa instrumentação destinada a observar e medir os efeitos de três explosões nucleares. Após servir como plataforma de apoio ao programa nuclear, o avião foi retirado de serviço e vendido a preço de sucata. Na época os antigos aviões da Segunda Guerra tinham pouco valor, sendo cotado apenas por seu peso.

Na ocasião a empresa especializada em restauros Aircraft Specialities Company adquiriu o veterano bombardeiro e iniciou a restauração da aeronave, que foi convertido como avião bombeiro, atuando por vinte anos no combate a incêndios florestais.

Ao ser vendida, em 1986, para a Collings Foundation, a aeronave foi restaurada para suas condições originais e recebeu as marcas e cores do Nine-O-Nine.

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Edmundo Ubiratan | Imagem: Divulgação
Publicado em 02/10/2019, às 16h00 - Atualizado às 17h57


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