Fabricante norte-americano anuncia o 737max para garantir espaço no cada vez mais concorrido mercado de aviões com corredor único
Chega ao fim o suspense. A Boeing acaba de anunciar sua resposta às investidas dos concorrentes no cada vez mais disputado mercado de aeronaves de corredor único. O fabricante norteamericano colocará em operação, possivelmente em 2017, a família 737MAX, com versões remotorizadas dos 737NG.
Os novos aviões, batizados 737-7, 737-8 e 737-9, serão equipados com os motores Leap 1B, da CFM International, que deverão proporcionar uma redução de combustível de cerca de 12% em relação aos atuais 737NG. A principal promessa da Boeing, porém, é a de que o 737MAX será 4% mais econômico do que seu principal rival, anunciado pela Airbus em 2010, o A320Neo, que começará a ser entregue um ano antes, em 2016, se o cronograma previsto for cumprido.
O diâmetro de fan dos motores da família 737MAX permanece indefinido. A Boeing tem duas opções, um fan com 167 centímetros e outro com 173 centímetros. A escolha não apenas afetará o desempenho como também determinará um número maior ou menor de mudanças estruturais. Um motor com diâmetro de 198 centímetros, como a série Leap-X1A, que será utilizada no A320Neo, implicaria em uma completa reengenharia, o que provavelmente tornaria o avião mais pesado e sem grandes vantagens em relação aos seus concorrentes.
Mas, independente do diâmetro do motor, é praticamente certo que a Boeing promoverá uma série de mudanças no trem de pouso, o que exigirá alterações também nas asas e na estrutura da fuselagem. As imagens divulgadas pela empresa, embora mostrem um avião com novos desenhos de motor e de APU, ainda deixam dúvidas sobre o layout final da família.
A expectativa é que os 737MAX recebam uma nova APU, que promete incrementar a aerodinâmica do avião e reduzir o consumo de combustível. Também são esperados alguns refinamentos nas asas e nos estabilizadores.
O principal desafio do Boeing 737MAX é recuperar o espaço conquistado pelo Airbus A320Neo. A última edição do Paris Air Show mostrou a preferência do mercado pela nova geração do modelo da Airbus, que obteve um número de vendas superior ao do 737NG. Com a perda constante de vendas para a família A320, a Boeing precisava dar sua resposta para retomar a competitividade no segmento narrow body.
A solicitação da American Airlines de uma versão remotorizada do 737 foi o prenúncio da hoje batizada família 737MAX. Resta agora saber como será seu desempenho daqui para frente, mesmo porque, além da Airbus, novos fabricantes prometem entrar com força no segmento de aeronaves de 150-210 assentos, como é o caso da russa Irkut, da chinesa Comac e da canadense Bombardier.
Edmundo Ubiratan
Publicado em 17/10/2011, às 08h54 - Atualizado em 27/07/2013, às 18h45
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