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Último Boeing 787 produzido em Everett sai da linha de montagem

Modelo será agora fabricado exclusivamente na unidade de North Charleston, na Carolina do Sul


O 787 foi o primeiro avião da Boeing a ganhar uma segunda linha de produção, ainda nos anos 2010

No dia 27 de fevereiro o último Boeing 787 Dreamliner saiu das instalações da Boeing, em Everett, nos arredores de Seattle.

O avião pertencente a japonesa All Nippon Airways (ANA) é a derradeira unidade produzida na tradicional unidade de Everett, onde desde os anos 1960 é responsável pela fabricação de todos aviões de grande porte da Boeing.

A partir de agora o 787 será montado apenas na planta de North Charleston, na Carolina do Sul, em decorrência da sua nova estratégia de mercado após uma drástica redução na produção de aeronaves devido à crise do coronavírus.

O 787 foi o primeiro modelo da Boeing a contar com uma segunda planta industrial, que tinha como objetivo aumentar a cadência de produção e permitir melhor logística industrial. Porém, agora com a redução da demanda global, apenas a nova fábrica vai ficar encarregada pelo modelo.

Com o fim da produção do Boeing 787 em Everett, a planta continuará a produzir as famílias 777, 767, 747 e parte do 737 MAX. Aliás, em breve terá também o fim da produção do Boeing 747, reduzindo a capacidade fabril como um todo.

Após concentrar a produção do 787 na Carolina do Sul, a Boeing aposta no Dreamliner para a pós-crise da pandemia em um momento que alguns de seus clientes estão trocando pedidos do 777X para o 787, a exemplo da Emirates que converteu recentemente parte do pedido do 777-9.

Outro ponto que pode favorecer a Boeing, é a proximidade da planta de Charleston com produção das fuselagens do Boeing 787, o que poderá agilizar a produção e enxugar custos operacionais, onde o fabricante norte-americano projeta os primeiros sinais de recuperação apenas em 2024. Até lá, a Boeing tem o desafio de reconquistar clientes perdidos com o 737 MAX e concluir o cronograma do Boeing 777-9 que sofre desconfiança por parte dos clientes em decorrência dos seguidos atrasos no seu programa de certificação, somado a retração do mercado projetado para os próximos três anos.

Por Gabriel Benevides
Publicado em 04/03/2021, às 16h30 - Atualizado às 16h43


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