No mês do Agrishow compilamos os 7 monomotores a pistão ainda em produção e que são os favoritos dos operadores do agronegócio
O Brasil é uma das principais potências mundiais no agronegócio. O país tem alcançado recordes em produção, abastecendo tanto o mercado nacional quanto internacional. A produção de alimentos e commodities aumentaram, em média, 5% a cada biênio.
Para dar conta de tamanha demanda as áreas agricultáveis vêm se expandindo, atingindo, no ano de 2022, a marca de 350 milhões de hectares. E justamente para permitir atender as necessidades do campo, produtores e empresários utilizam o transporte aéreo para otimizar a agenda, permitindo fechar novos negócios, acompanhar a produção em diferentes pontos do país ou mesmo cumprir pequenas distâncias.
Com uma vasta rede de aeródromos pelo país, a aviação geral permite conectar centenas de localidades em um curto período de tempo, evitando horas gastas no modal terrestre. Em muitos casos a melhor escolha recai sobre os aviões a pistão monomotores, por sua capacidade de operar em pistas curtas, com pouca infra-estrutura em solo, custos fixos menores e mais previsíveis. Além disso, são relativamente baratos de comprar e fáceis de pilotar, tornando muitas vezes o proprietário o próprio piloto.
A fim de auxiliar o produtor rural a escolher uma aeronave como ferramenta de trabalho, a AERO Magazine compilou alguns dos principais modelos de monomotores a pistão em produção e que são os mais utilizados por empresários do agronegócio.
Simplesmente o avião mais fabricado do mundo, com mais de 44.000 unidades produzidas desde 1956. O Cessna 172 (agora chamado apenas de Cessna Skyhawk) é também o monomotor de quatro lugares mais utilizado para instrução de voo e mundialmente um dos mais populares no agronegócio. Com mais de 60 anos de produção e várias variantes ao longo das últimas décadas, Cessna Skyhawk ganhou uma reputação de confiabilidade, facilidade de operação e versatilidade, aliado a melhorias constantes no projeto, como a adoção da suíte de aviônicos Garmin 1000. O modelo é bastante popular em voos recreativos, de instrução, patrulhamento aéreo, monitoramento ambiental, voos a trabalho, entre outras.
Monomotor de asa alta semi-cantilever e trem de pouso fixo com polainas
Durante décadas o Bonanza reinou no interior do país, sendo reconhecido por ser um monomotor resistente e potente, com grande espaço interno. Atualmente, segue em linha apenas uma versão, o G36 que é certificado para seis ocupantes vem equipado com o motor Continental IO-550B de 300 hp, hélice tripá de velocidade constante e oferece um dos maiores pesos máximos de decolagem da categoria, com 1.726 quilos.
Ainda se destaca por ter recebido algumas melhorias, como suíte de aviônicos Garmin 1000 e redesenho do interior.
Monomotor de asa baixa e trem de pouso retrátil
Líder em vendas da categoria há vários anos, o Cirrus SR22 chegou na sua sétima versão, conhecida como G7 e recém-lançada. Embora no início dos anos 2000 tenha sido recebido com certo preconceito por parte dos pilotos, sendo chamado de “avião de plástico” por ser feito em material composto, logo mostrou seu valor e se tornou o monomotor a pistão mais vendido do mundo. Entre os operadores do agronegócio é famoso por aliar elevada potência, alta velocidade, conforto e segurança. Aliás, seu paraquedas se tornou um dos seus grandes diferenciais de segurança e de vendas. Outro destaque é a suíte de aviônicos Cirrus Perspective Touch+, uma versão customizada pela Cirrus baseada na plataforma Garmin G1000NXi. O Cirrus SR22 é um dos aviões da categoria mais procurados também no mercado de usados. A versão turbo tem ampliado sua presença no mercado e a versão quadripá se tornou opcional.
Monomotor de asa baixa e trem de pouso fixo, com polainas
O M350 é a aposta da Piper para quem já possui um avião de quatro lugares e precisa lde maior capacidade, seja para mais conforto a bordo ou capacidade para transportar pequenos volumes de carga. O M350 foi lançado em 2015 como uma versão atualizado do PA-46 Malibu. Seu maior destaque é ser pressurizado, permitindo voar mais alto e com maior conforto que seus rivais. Porém, seu custo de manutenção é mais alto por conta da pressurização. O acabamento segue sendo um dos pontos fortes da Piper e o M350 ainda oferece bom desempenho, bom espaço interno e um dos maiores alcances da categoria, próximo aos 2.500 quilômetros.
Monomotor de asa baixa e trem de pouso retrátil
Lançado em 2012, Archer TX é o avião ideal para turismo e instrução, aliando baixo consumo de combustível, facilidade de operação e docilidade de comandos. Pontos que atraem tanto escolas de voo quanto pilotos-proprietários que buscam uma aeronave para os voos do dia a dia. Seu alcance próximo dos 1.000 quilômetros e a capacidade de operar em pistas curtas e não-preparadas o tornam ideal para operações no campo. O Archer mantém a mesma fuselagem do lendário Cherokee, que foi a base para os EMB 710 Carioca, EMB 711 Corisco e EMB 712 Tupi.
Monomotor de asa baixa e trem de pouso fixo, sem polainas
O Colt é um monomotor avançado, certificado dentro das regras de Aeronave Leve Esportiva (LSA, na sigla em inglês) e criado para oferecer bom desempenho e baixos custos operacionais. O LSA é uma nova classe de pequenos aviões voltado principalmente para o desporto ou instrução aérea, mas oferece boa flexibilidade para viagens entre fazendas e pequenas cidades do interior. Podendo operar em pistas curtas e com baixo custo, alia ainda simplicidade de manutenção e documentação. O Inpaer Colt é uma opção para deslocamentos de até duas pessoas com um custo operacional baixo, especialmente comparado às aeronaves certificadas. Pesa contra o fato de ser um LSA, o que restringe o peso máximo aos 600 quilos, o desempenho comparado aos rivais certificicados é menor, além disso, transporta apenas dois ocupantes e quase nenhuma carga.
Monomotor de asa alta semi-cantilever e trem de pouso fixo com polainas
O RV-10 é um conhecido avião entre os amantes de aeronaves experimentais, por suas características como desempenho, velocidade, baixo custo de aquisição e operação – especialmente na versão de construção amadora. Com a recente certificação LSA Especial, se tornou o primeiro LSA homologado de quatro lugares, sendo considerado uma opção para quem deseja um avião de maior capacidade, mas com custos operacionais próximos de um avião leve esportivo. Seu baixo custo de aquisição e operação tem ajudado a ganhar espaço em operações do agronegócio. Seu ponto negativo é manter as restrições de um LSA, inclusive de desempenho.
Monomotor de asa baixa e trem de pouso fixo, com polainas
*As informações gerais são oriúndas dos dados básicos
fornecido pelos fabricantes, podendo existir diferenças
entre versões, número de série ou personalização das aeroanves
Por Micael Rocha
Publicado em 23/04/2024, às 08h00
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