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Mercado brasileiro de aeronaves de negócio cresce em meio à retração internacional e se consolida como um dos mais promissores do mundo, aponta a terceira edição do Anuário Brasileiro de Aviação Geral


O mercado brasileiro de aviação executiva consolida sua tendência de crescimento e desponta como um dos principais polos de atração da indústria para expansão de seus negócios. É o que mostra o terceiro Anuário Brasileiro de Aviação Geral, publicado pela primeira vez em português e inglês. A aviação geral possuiu um relevante papel de integração e inclusão social devido à elevada capacidade para conectar fisicamente todas as cidades do Brasil entre si e com cidades de outros países, mostra o documento, lançado oficialmente na Labace 2013. No ano passado, as aeronaves leves, incluindo helicópteros, aviões a pistão, turbo-hélices e jatos executivos, conectaram 3.200 cidades brasileiras e 96 países.






Além da alta capacidade de integração, as atividades da aviação geral estão, em grande parte, associadas à economia do país. Isso se deve ao fato de 70% das operações desse setor em 2012 terem sido realizadas por aeronaves ligadas a empresas, empresários, companhias de táxi-aéreo e prestadoras de serviços aéreos especializados.

O Brasil registra taxas de crescimento muito maiores do que as do resto do mundo e, ao se considerar valores, a frota de 13.895 aeronaves foi avaliada em US$ 13,3 trilhões, o que representa uma valorização de 16% em relação a 2011. “A aviação geral gera 23.000 empregos diretos e registrou um crescimento maior do que o do PIB (Produto Interno Bruto) do país, mas ainda temos muitos desafios”, destacou Eduardo Marson, presidente da Abag durante a cerimônia de lançamento do anuário.

O crescimento da frota traz ainda alguns destaques quando as aeronaves são separadas por tipo. O aumento da frota de jatos foi de 16%, passando de 623 unidades para 724, com uma média de idade de 13 anos, sendo 708 bijatos e 16 trijatos. O crescimento no setor de asas rotativas foi de 14%, pulando de 1.694 para 1.893. Esse número pode ser desmembrado em 652 com motor a pistão, 745 monoturbina e 496 biturbina. Também é importante destacar que a média de idade é de 12 anos, e que 637 das aeronaves de asas rotativas têm até cinco anos de fabricação. O número de aviões turbo-hélice cresceu 11%, passando para 1.063, com uma média de idade de 19 anos, sendo 743 bimotores e 320 monomotores. Já a quantidade de aviões convencionais (com motores a pistão) passou de 9.770 em 2011 para 10.247 em 2012. Com uma média de idade de 30 anos, 8.008 desse aviões são bimotores e 2.239 são monomotores. Há também os aviões anfíbios, capazes de pousar em terra e na água. De 2011 para 2012, a frota desse tipo de aeronave teve um aumento de 16%, passando de 30 para 35 unidades.

Ainda em 2012, houve o crescimento de 5% nas operações de aviação geral dado principalmente pelos voos de serviço aéreo privado e de instrução. Já o parque de aeronaves também foi impulsionado por ambas as categorias de utilização, sendo incluídas à frota mais de 800 aeronaves, com US$ 2,1 bilhões investidos em aquisições de unidades novas e usadas, impactando em um crescimento de 16% no valor total da frota.

Os números dessa terceira edição mostram que a aviação geral vem sendo utilizada principalmente como uma ferramenta para economizar o tempo de profissionais qualificados em viagens de negócio e na formação de pilotos para a aviação civil. Nos últimos anos, o entendimento e o apoio dado por autoridades ao papel social e econômico do setor têm crescido significativamente, na avaliação da Abag.

A terceira edição do Anuário Brasileiro de Aviação Geral analisa, ainda, a movimentação das aeronaves civis com missões não regulares nos principais aeroportos brasileiros. Em 2012 a aviação geral conectou 33 aeroportos brasileiros com mais de 3,6 mil aeródromos nacionais e internacionais, gerando um volume entre pousos e decolagem de 769 mil voos, um aumento de 4,7% em relação ao ano anterior.

Por Santiago Oliver
Publicado em 03/09/2013, às 00h00 - Atualizado às 22h24


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