Recuperação total do tráfego de passageiros será alcançada em 2025
O órgão que representa os aeroportos europeus informou ontem (20), que a recuperação total do tráfego de passageiros no continente só será alcançada em 2025, adiando em um ano a projeção inicial para atingir o nível alcançando em 2019.
O Conselho Internacional dos Aeroportos da Europa (ACI Europe - Airports Council International Europe, na sigla em inglês), prevê que o volume de passageiros na rede aeroportuária europeia em 2023 será 9% menor em relação aos números registrados três anos antes.
A projeção cautelosa considera que a demanda sofrerá com a inflação de dois dígitos, registrada na zona do euro. Além da deterioração do cenário macroeconômico e o risco inflacionário, o órgão destaca que as tensões geopolíticas e a guerra na Ucrânia continuarão impactando o mercado e dominando os riscos negativos.
No próximo ano, cerca de 200 milhões de passageiros a menos deixarão de passar pelos terminais europeus, igualando o volume de 2017.
O forte controle da oferta por parte das companhias aéreas e os custos regulatórios cada vez mais altos devem elevar o preço dos bilhetes aéreos, que registra alta de 30,9% no acumulado dos onze primeiros meses do ano frente mesmo período do ano passado. A permanência das restrições de viagens para a China também limitará o crescimento do tráfego.
A expansão contínua das empresas Ultra-Low Cost e a demanda por viagens de lazer devem recompensar o impacto no fluxo de passageiros no mercado europeu.
"Agora esperamos que a recuperação do tráfego de passageiros se estabilize no futuro, com o cronograma adiado para 2025, antes que os aeroportos da Europa finalmente voltem para onde estavam antes do impacto do Covid-19", disse Olivier Jankovec, diretor geral da ACI Europe.
"Esperamos que vários mercados aeroportuários – especialmente aqueles que dependem predominantemente do turismo – excedam seus volumes de passageiros pré-pandemicos já no próximo ano. Mas muitos outros não se sairão tão bem e levarão muito mais tempo para se recuperar", complementa o diretor da ACI Europe.
No último ano, o setor aéreo viu um forte retorno da demanda, resiliente em meio as tensões econômicas e geopolíticas, o controle rígido da capacidade de assentos tem sido o principal fator para o crescimento e recuperação das companhias aéreas europeias. Em dezembro, o Grupo Lufthansa elevou em 50% sua projeção de ganhos para o ano.
Por Wesley Lichmann
Publicado em 21/12/2022, às 12h03
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