Tim Clark fala sobre os planos para retomar plena operação com o A380 já em 2021 e o dilema com o 777X
A Emirates Airline espera retomar os voos com a totalidade de sua frota de Airbus A380 até o final de 2021. As boas perspectivas de retorno da demanda projetada para o ano que vem, somadas a possibilidade de vacina para covid-19, podem superar as expectativas pessimistas de uma prolongada crise.
A projeção foi feita pelo presidente da Emirates, Tim Clark, disse em entrevista para a Bloomberg. O executivo destacou que é fundamental uma vacina para o coronavírus (sars-cov-2) para retomada da demanda por viagens aéreas em todo o mundo.
Atualmente a Emirates opera parcialmente com sua frota de A380 voando para Moscou (DME), Amã, Manchester e Londres (LHR), representando sinal de otimismo com o avião. Além disso, parte dos voos estão sendo dedicados a operações cargueiras, mantendo a viabilidade da frota.
O futuro do 777-9, que deverá ser o maior bimotor do mundo, continua indefinido. De acordo com Tim Clark, os atrasos no programa de certificação do modelo, gerado por problemas nos motores e posteriormente com a pandemia, não encontraram um novo cronograma oficial e segue com data indefinida de entregas.
“O 777X deveria ser entregue a partir de junto deste ano, depois em 2021 ou 2022, mas a Boeing ainda não terminou o seu programa de certificação, deixando a Emirates no escuro sobre tais datas”, disse Clark.
O executivo tem se mostrado bastante incomodado com os atrasos do 777X e no passado ainda alertou sobre a necessidade de ser realizada uma campanha de ensaios em voo particularmente intensa, visando evitar eventuais problemas como os que acometeram o 737 MAX.
Enquanto o 777X segue indefinido, a Emirates terá nos próximos anos o desafio de planejamento da sua retomada durante a maior crise que a aviação já enfrentou, especialmente agravado por ser a maior operadora global d oA380, com mais de cem aeronaves na frota.
Além de perdas bilionárias pelo baixo fluxo de passageiros e reembolsos, a companhia aérea árabe dependerá diretamente da demanda operacional crescente que poderá ser gerada após a confirmação de uma vacina. A empresa depende de uma retomada no curto prazo para manter sua viabilidade sem depender de um futuro socorro estatal.
Por Gabriel Benevides
Publicado em 26/11/2020, às 13h50 - Atualizado em 30/11/2020, às 20h35
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