Após ampla análise a Anac validou as mudanças realizadas pela Boeing
Gol é a única operadora do 737 MAX no Brasil | Foto: Gabriel Benevides
Após um amplo processo, que consumiu dois anos, o 737 MAX foi autorizado hoje (25) a retomar seus voos no Brasil. A Anac concluiu um longo trabalho independente para validar as modificações do projeto feitas pela Boeing e aprovadas pela FAA, a agência de aviação civil dos Estados Unidos.
Os técnicos da Anac avaliaram as mudanças feitas pela Boeing, incluindo no processo de treinamento, assim como a documentação aprovada nos Estados Unidos, que foram considerados adequados dentro das normas de certificação brasileira. Com a aprovação a agência retirou a Diretriz de Aeronavegabilidade que restringia a operação da família 737 MAX no Brasil.
A Anac foi a primeira agência a alertar para a necessidade de alterações nos manuais de treinamento propostos pela a Boeing e aprovados pela FAA e a EASA, esta última agência de aviação da União Europeia. Após os acidentes que impediram os voos do 737 MAX por vinte meses, a Anac passou a colaborar de forma estreita com as autoridades norte-americanas e a Boeing.
A validação do processo ocorreu após os técnicos brasileiros concordarem com a avaliação da FAA de que todos os elementos técnicos e regulatórios necessários para endereçar as questões de segurança foram realizados. Como ocorre em todo o mundo, a Anac validou a mesma Diretriz de Aeronavegabilidade emitida pela FAA no último dia 20, tendo assim vigência automática no Brasil.
A Anac revogou da Diretriz de Aeronavegabilidade de Emergência (DAE) nº 2019-03-01, que proibia a operação comercial do 737 MAX no país, e com a comprovação do cumprimento das exigências de treinamento para tripulação e de projeto para os aviões. Segundo a autoridade brasileira a DAE foi revogada nesta quarta-feira (25), permitindo o imediato retorno dos voos, desde que cumpridos uma série de exigências previas.
“Dentre as exigências de projeto está a determinação para a reconfiguração do sistema de controle de voo desse modelo de aeronave, a correção do roteamento do conjunto de cabos, revisões de procedimentos incorporados ao manual de voo e testes de recalibração dos sensores. Adicionalmente, também houve a revisão do programa de treinamento dos pilotos”, destacou a Anac em nota oficial.
Vale destacar que a recertificação do Boeing 737 MAX foi gerenciado pelas autoridades de aviação que compõe o fórum Certification Management Team (CMT), a autoridade máxima em certificação de aeronaves no mundo. O CMT é composto pela brasileira Anac, a europeia EASA, a canadense Transport Canada Civil Aviation (TCCA) e norte-americana FAA. O fórum debateu ao longo de quase dois anos quais seriam as exigências para o retorno 737 MAX às operações.
Desde a proibição global dos voos com modelo, em abril de 2019, cerca de vinte profissionais Anac, incluindo engenheiros de diversas especialidades e pilotos participaram de todo o processo.
“Essa avaliação minuciosa do sistema de controle de voo é um registro sem precedentes na história da aviação”, destacou Roberto Honorato, superintendente de Aeronavegabilidade da Anac. “As modificações e procedimentos revisados fornecem total confiança para a retomada das operações do Boeing 737-8 MAX no Brasil”.
Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 25/11/2020, às 15h50 - Atualizado às 16h57
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