Entrega havia sido interrompida pelo Pentágono após peças fabricadas na China terem sido encontradas nos caças F-35
O Pentágono, sede da defesa dos Estados Unidos, aprovou a retomada das entregas dos caças de quinta geração F-35 Lightning II, após a suspensão devido a descoberta de uma peça de procedência chinesa.
A integração de sistemas e motor envolve uma série de fabricantes espalhados pelo mundo, que após montar seus respectivos componentes entregam para a Lockheed Martin, que faz a montagem final do avião.
"Hoje, assinei a Isenção de Segurança Nacional que permite que o DoD [Departamento de Defesa] aceite aeronaves F-35 do Lote 13 e Lote 14 contendo metais especiais não conformes nas Turbomáquinas de Pacote de Energia Integrado Honeywell", disse William LaPlante, subsecretário defesa paraaquisição e manutenção.
A pausa nas entregas foi anunciada no dia sete de setembro, quando um um ímã usado em um componente que fornece energia para a partida, feito com uma liga de cobalto e samário, foi descoberto ser procedente da China. O Pentágono suspendeu temporariamente as entregas para que fosse feita uma investigação.
"Esta determinação se aplica a um total de 126 aeronaves F-35 aguardando entrega ou que devem ser entregues sob o contrato de produção do Lote 12-14", ressalta a nota do Pentágono.
A China e os Estados Unidos estão em lados opostos no meio geopolítico e militar, bem como ocupam o topo da lista de países com alto investimento no setor bélico, sobretudo no campo aeronáutico, onde ambos operam caças furtivos.
Ao longo de várias décadas a China se tornou um importante e poderoso fornecedor global de manufatura e matéria-prima, assim como ligas metálicas para diversos setores, incluindo militares, ao redor do mundo.
Com a produção de componentes complexos por dezenas ou até mesmo centenas de subfornecedores, os riscos de partes de sistemas críticos serem produzidos por empresas rivais aos Estados Unidos cresceu exponencialmente.
Por André Magalhães
Publicado em 11/10/2022, às 09h00
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