Custos excessivos do Air Force One estão tendo um forte impacto negativo para a Boeing
O desenvolvimento do novo Air Force One – avião presidencial dos Estados Unidos – fez o executivo-chefe da Boeing, Dave Calhoun, relatar que “não deveria ter aceitado os termos do governo Trump em 2018”.
Foi no governo de Donald Trump que foi decidido a montagem e toda preparação do novo Air Force One, mas o então governo se envolveu em longas negociações para baixar os custos.
A empresa norte-americana reportou US$ 1,3 bilhão em cobranças por excesso de custos em dois grandes programas, o já citado Air Force One e o T-7A Red Hawk – o novo treinador avançado da Força Aérea dos Estados Unidos.
No caso do VC-25B (nome oficial do avião presidencial) tem custado cerca de US$ 660 milhões. Contudo, os dois novos Air Force One já estão no processo de modificação: a instalação de diversos modernos sistemas de segurança, sala de reuniões, escritório presidencial, sala médica, entre outras coisas (mantidas em segredo), que farão do avião uma verdadeira Casa Branca voadora.
Foram escolhidos dois Boeing 747-8 (operados pela empresa aérea russa Transaero, que faliu em 2015), último modelo do "Jumbo" lançado pela Boeing.
O planejado era que os aviões fossem entregues em 2024, mas de acordo com o Wall Street Journal, poderá ter um atraso de até dois anos. Até lá, os atuais VC-25 (dois Boeing 747-200) ficarão na ativa.
Em relação ao treinador T-7A Red Hawk, o site Defense News aponta que US$ 367 milhões estão sendo gastos no desenvolvimento da aeronave. A empresa relatou problemas com fornecedores devido à crise sanitária do Covid-19.
Também foi relatado pelo tradicional fabricante que no setor de defesa as vendas do primeiro trimestre de 2022 cair para US$ 5,5 bilhões, o que representa uma queda de 24% em relação ao ano passado.
Um caso de venda negativa ligada à Boeing Defense, foi o cancelamento da compra de caças F/A-18 E/F Super Hornet pelo Canadá e pela Suíça, ambos optaram pelo também norte-americano, mas de quinta geração F-35A Lightning II.
Por André Magalhães
Publicado em 27/04/2022, às 22h00
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