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Falha estrutural

Motor do Boeing 777-200 deverá passar por inspeção

Após falha catastrófica, FAA exige revisão de componentes do PW4000


Boeing 777-200 da United

Motor PW4000 é utilizado apenas em versões antigas do 777-200, como os primeiros recebidos pela United Airlines

A agência de aviação civil dos Estados Unidos (FAA, na sigla em inglês) passou a exigir o reforço de componentes do motor Pratt & Whitney 4000 utilizado em alguns 777-200, da Boeing.

O motor que usualmente é empregado em modelos mais antigos da família 777, sofreu uma série de falhas graves nos últimos meses. O último caso ocorreu em fevereiro, quando logo após decolar de Denver, no estado norte-americano do Colorado, o motor de um 777-200 da United Airlines desintegrou em pleno ar.

Durante um comitê da Câmara dos Representantes (equivalente a câmara dos deputados no Brasil), o administrador da FAA, Steve Dickinson, disse que o fabricante deve reforçar a proteção destes motores.

A ênfase na investigação dos problemas envolvendo o PW4000 começou em 20 de fevereiro, quando um Boeing 777-200 (N772UA) da United teve uma falha catastrófica não contida após a decolagem. Mesmo sofrendo avarias estruturais a aeronave conseguiu retornar em segurança. Em seguida, o Conselho Nacional de Segurança dos Transportes dos EUA (Ntsb, na sigla em inglês) identificou uma rachadura em uma das blades do motor e a FAA determinou inspeção imediata em todos estes motores.

Em comunicado paralelo, a FAA informou que o tempo exato para correção do problema e a efetividade da diretiva de aeronavegabilidade (AD) depende da conclusão do trabalho do projeto e engenharia por parte da Pratt & Whitney, com a posterior a aprovação pela agência.

Em abril, a Japan Airlines decidiu aposentar todos os seus treze 777-200 equipados com motores PW4000, um ano antes do previsto, por conta deste problema. Em dezembro, um voo da companhia com destino a Tóquio já havia tido transtornos semelhantes. A aposentadoria coincidiu com a ampliação da frota de Airbus A350 XWB que será utilizado pela companhia aérea japonesa.

Em nota, a Boeing informou que continua trabalhando com a FAA para realizar potenciais melhorias, mas ressaltou que o trabalho é exigente e demorado. Além da United e da JAL, outras quatro companhias aéreas ainda voam com antigos 777-200 equipados com os motores PW4000.

Por Marcel Cardoso
Publicado em 17/05/2021, às 15h00 - Atualizado às 17h12


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