Agência de aviação civil norte-americana constatou mau funcionamento do sistema antigelo dos motores do 737 MAX
A Boeing está promovendo melhorias nas naceles dos motores da família de aviões 737 MAX, após a agência de aviação civil norte-americana (FAA) constatar um mau funcionamento do sistema antigelo do motor (EAI), em recentes testes e análises de voo.
Os reguladores observaram que a execução do sistema de antigelo do motor em ar seco combinado com certas altitudes, temperatura e configurações podem provocar um superaquecimento das naceles, causando danos na estrutura que reveste os motores LEAP-1B que equipam o 737 MAX.
De acordo com a Diretriz de Aeronavegabilidade (AD) da FAA, "o acúmulo excessivo de calor pode causar superaquecimento do cilindro interno de admissão do motor além do limite de design do material, resultando em falha do cilindro interno de admissão do motor e danos graves à capota de admissão do motor."
A diretiva exigirá que os operadores do Boeing 737 MAX revisem seus manuais de voo em promovam alterações na lista de equipamentos mínimos (MEL), no prazo de até 15 dias.
A FAA adverte que será proibido o uso do EAI "quando não estiver em condições reais ou previstas de formação de gelo", bem como a realização de voos com a válvula EAI travada e aberta.
Seguindo as novas recomendações, a Boeing está redesenhando a estrutura que protege os motores produzidos pela CFM International, empresa resultante da joint venture entre a General Electric e a francesa Safran.
Os revestimentos que protegem os motores estão sendo estudados de forma detalhada para evitar danos como os que ocorreram nos últimos anos com dois 737-700 da Southwest Airlines e um 777-200ER da United Airlines.
A Boeing já concluiu o redesenho das naceles usadas nos motores CFM56 que equipam a família 737NG, e inclui reforço estrutural; novos bicos de exaustão; alterações nos parafusos, fixadores e componentes maiores e mais fortes.
Por Wesley Lichmann
Publicado em 09/08/2023, às 17h32
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