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Em desafio ao F-35

EUA poderão substituir o F-16 pelo F-16

Modernização dos atuais F-16 Block 40/42 e Block 50/52 poderá fazer do avião seu próprio substituto no longo prazo


F-16 poderá receber pacote de atualizações suficiente para manter o avião em serviço até 2048 - USAF
F-16 poderá receber pacote de atualizações suficiente para manter o avião em serviço até 2048 - USAF

A Força Aérea dos Estados Unidos (Usaf) poderá adiar por alguns anos, ou décadas, a aposentadoria dos caças F-16. Os constantes atrasos e custos cada vez maiores do programa F-35 poderão viabilizar uma completa modernização dos F-16 já no curto prazo.

Segundo um artigo da Air Force Magazine, durante uma conferência da Usaf realizada durante o Life Cycle Industrie Days, que aborda detalhes de questões logísticas e de suporte, a substituição dos F-16 deixou de ser uma prioridade, ao contrário, as modernizações se tornaram um esforço importante.

A intenção de modernizar as cerca de 300 unidades dos F-16C/D Block 40/42 e Block 50/52 mais novos foi anunciada ainda em 2017, com o programa de extensão de vida útil (SLEP, na sigla em inglês) através do Post Block Integration Team. Na teoria as melhorias poderão manter os aviões em serviço ao menos até 2048, quase três décadas a mais do que o previsto.

Um dos entraves da substituição dos F-16 na força aérea dos Estados Unidos é o elevado custo de aquisição e operação dos F-35A; Embora representem uma grande evolução tecnológica, sendo considerados os caças mais avançados da atualidade, os F-35 não tem uma ameaça real que justifique seu elevado valor. Mesmo a Rússia e China, que contam com aviões de combate furtivos, tem números limitados de caças de quinta geração e estão focando seus esforços em outras áreas, como mísseis hipersônicos e guerra cibernética.

Atualmente mais de 800 caças F-35 estão em serviços nos Estados Unidos, dividos entre a força aérea, marinha e corpo de fuzileiros navais, um total muito superior a qualquer país rival. A Rússia planeja ter menos de oitenta Su-57 e um lote limitado de Su-75 Checkmate, a China não divulga seus projetos, mas o J-20 não deverá ultrapassar os 250 aviões no médio prazo.

A modernização dos F-16C/D devem ampliar a vida útil em ao menos 50%, passando de 8.000 horas para 12.000 horas. Além de adicionar uma série de novas capacidade, que integradas ao poderoso arsenal norte-americano conferem ao F-16 uma capacidade adequada para qualquer cenário de combate futuro.

Segundo matéria do site especializado The Drive, existem 608 caças F-16 aptos para receber ao menos 22 modificações nos próximos anos. Entre as atualizações planejadas estão a adição de display central, que ampliará a capacidade de recursos em cabine, um gerador de dados programável, melhorias de hardware e softwares que ampliam a capacidade de processamento do avião, a instalação do radar de varredura eletrônica (AESA) AN/APG-83, novos recursos de guerra eletrônica, computador de missão avançado e uma atualização do conjunto de comunicações, incluindo um no sistema de link de dados.

Com as melhorias o F-16C/D passará a ser um caça de geração 4,5 e capacidades de combate próximas dos F-35. Embora não tenha super cruise, ou seja, a possibilidade de voar supersônico sem o uso de pós-queimadores e nem seja furtivo aos radares, o F-16 poderá atuar com grande capacidade na maioria dos teatros de operação ao redor do mundo.

A compra de 1.763 unidades do F-35A não é descartada, especialmente para permitir a renovação constante da frota e sua atualização, mas seu uso em paralelo com os F-16C/D atualizados poderá ser uma realidade por várias décadas.

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Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 19/08/2022, às 15h00


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