AERO Magazine
Busca

Resgate 'Made in China'

Empresa chinesa pagou R$ 2,8 milhões para retirar avião russo da Alemanha

Uma empresa chinesa de leasing pagou R$ 2,8 milhões para retirar um Airbus A320 da Aeroflot que estava há dois anos na Alemanha


A aeronave estava retida no aeroporto de Munique desde que o governo alemão fechou o espaço aéreo para companhias russas - Divulgação
A aeronave estava retida no aeroporto de Munique desde que o governo alemão fechou o espaço aéreo para companhias russas - Divulgação

Um Airbus A320-200 da Aeroflot que estava retido no aeroporto internacional de Munique (MUC), na Alemanha, desde fevereiro de 2022, deixou o local após uma empresa chinesa de arrendamento de aeronaves pagar 460 mil euros, aproximadamente R$ 2,8 milhões, em taxas aeroportuárias.

O caso aconteceu em junho e foi divulgado ontem (8) pelo jornal alemão Bild. O avião de matrícula VP-BET estava impedido de voltar à Rússia devido ao fechamento do espaço aéreo local às companhias aéreas russas, em resposta à invasão da Ucrânia por forças russas. Antes de deixar MUC, o avião passou por manutenção para que ele voltasse a ter condições de voar e ainda teve que passar pelo crivo de autoridades locais, a fim de obter um novo certificado de aeronavegabilidade.

Agora, a unidade, com capacidade para receber até 158 passageiros, será disponibilizado para outra companhia aérea.

O fechamento do espaço aéreo alemão e de outros países ocidentais para companhias aéreas russas, como a Aeroflot, faz parte das sanções contra a Rússia. Em resposta, o governo russo também proibiu a operação de companhias aéreas ocidentais em seu território.

Essa restrição tem causado impacto em voos de longa distância, especialmente em rotas entre a América do Norte e a China, que agora precisam de rotas alternativas. Apesar das sanções, a Rússia tem conseguido manter sua frota de aeronaves Boeing e Airbus em operação, mesmo sem acesso a peças de reposição e serviços de manutenção oficiais.

Como alternativa, o país está buscando reativar sua indústria aeronáutica doméstica, mas enfrenta desafios para substituir componentes e motores ocidentais por peças fabricadas internamente. Essa substituição tem impactado o desempenho de novos modelos, como o MC-21, que está aproximadamente seis toneladas mais pesado, com alcance e eficiência reduzidos.

Por Marcel Cardoso
Publicado em 09/11/2024, às 10h59


Mais Notícias