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Um clássico da aviação nacional

Embraer Bandeirante completou 50 anos de operações

Precursor da indústria aeronáutica do Brasil, o Embraer EMB-110 Bandeirante completou meio século de operações


O marco do início das operações do Embraer Bandeirante foi a entrega da primeira aeronave à Força Aérea Brasileira - Embraer/Divulgação
O marco do início das operações do Embraer Bandeirante foi a entrega da primeira aeronave à Força Aérea Brasileira - Embraer/Divulgação

A entrega do primeiro avião do modelo EMB-110 Bandeirante, da Embraer, completou 50 anos nesta quinta-feira (9).

A primeira aeronave foi entregue à Força Aérea Brasileira (FAB), em cerimônia realizada em São José dos Campos (SJK), interior de São Paulo, simbolizando a concretização de uma visão estratégica de transformar ciência e tecnologia em atividade industrial de alto valor agregado no Brasil. 

O Bandeirante simboliza um grande marco para a aviação brasileira. Nascido dos sonhos de visionários como Ozires Silva, teve papel fundamental na integração do Brasil e, ano a ano, se mostrou um bimotor versátil, seguro e capaz de operar em todas as regiões do nosso imenso País. Esse modelo exprime muito mais do que apenas uma aeronave que vem sendo utilizada com pleno êxito pela Força Aérea Brasileira há 50 anos. Ele representa uma parceria vitoriosa que fez nascer a maior empresa da nossa indústria aeronáutica”, disse o Comandante da FAB, Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno.   

Pioneiro

O projeto aeronáutico IPD/PAR 6504 foi idealizado no Centro Técnico de Aeronáutica (CTA), em São José dos Campos, no interior de São Paulo, e autorizado pelo então Ministério da Aeronáutica em 1965. O primeiro voo ocorreu em 22 de outubro de 1968 e a aeronave foi batizada como Bandeirante. O desenvolvimento contou com a colaboração de 170 empresas nacionais. A criação da Embraer, em 1969, teve como objetivo desenvolver uma estrutura industrial para a produção em escala do Bandeirante, bem como aperfeiçoar o projeto inicial.

O Bandeirante foi concebido para prestar serviços e conectar os mais diversos pontos do território nacional, como a Amazônia, o Nordeste ou o Centro-Oeste do país. O modelo foi desenvolvido como uma multiplataforma e utilizado para diferentes missões e finalidades para atender não somente as necessidades da FAB, mas também de companhias aéreas nacionais como Transbrasil VASP, que encomendaram a versão civil da aeronave.

Air Littoral

Em razão do seu projeto bem dimensionado para o segmento, rapidamente o Bandeirante conquistou o mercado internacional. Desta forma, em 1975 ocorreu a primeira exportação da versão militar para o Uruguai e, dois anos depois, a companhia aérea francesa Air Littoral se tornou o primeiro cliente internacional da versão civil. Nos anos seguintes, o Bandeirante também se tornaria referência no mercado regional norte-americano. 

Na FAB, o Bandeirante desempenhou diversas missões, como transporte de pessoas, de carga e de paraquedistas, sendo também utilizado para instrução e ensaio em voo. Um dos destaques foi a versão de busca, salvamento e reconhecimento, que ficou conhecida como Banderulha, responsável pelo patrulhamento do território marítimo brasileiro. 

Atualmente, a frota de aviões Bandeirante da FAB cumpre diferentes missões no território nacional, incluindo um relevante papel no treinamento dos pilotos. A aeronave se destaca também pela robustez, podendo ser empregada em regiões remotas e de difícil acesso, como na Amazônia, para missões logísticas e de apoio humanitário. 

Sua versatilidade fez com que a produção do Bandeirante perdurasse por quase duas décadas, com 498 exemplares sendo entregues em 36 países. O Bandeirante se consolidou como um dos aviões mais vendidos na sua categoria e marcou uma nova era no transporte aéreo regional no Brasil e no mundo.

A Embraer e a FAB são parceiros estratégicos de longa data e o Bandeirante representou o início dessa cooperação industrial. O avião foi um marco para o desenvolvimento da aviação regional no mundo todo e o primeiro sucesso comercial da indústria aeronáutica brasileira no exterior”, segundo o presidente e CEO da Embraer, Francisco Gomes Neto.

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Por Marcel Cardoso
Publicado em 09/02/2023, às 17h17


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