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Embraer aponta que aviação regional pode impulsionar crescimento da África

Segundo a Embraer, o fortalecimento da aviação regional é essencial para o desenvolvimento da África


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A Embraer divulgou um relatório que identifica 45 rotas regionais sem voos diretos na África e destaca o potencial da aviação regional para impulsionar a conectividade aérea e o crescimento econômico no continente. O estudo foi apresentado hoje (12), durante a conferência AviaDev, em Zanzibar, na Tanzânia.

O estudo identifica a possibilidade de operação de voos com múltiplas frequências semanais por aeronaves de 100 assentos e também aborda os desafios de infraestrutura, oferta limitada de voos e o impacto da aviação no desenvolvimento econômico regional.

Segundo dados da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), a África representa apenas 2,1% do tráfego global de passageiros e cargas, embora concentre 18% da população mundial. Essa disparidade reflete um gargalo estrutural na conectividade aérea do continente, que compromete o crescimento da aviação e limita a integração econômica entre os países africanos.

De acordo com a Embraer, 64% dos mercados regionais africanos são atendidos com, no máximo, sete voos por semana. Em muitos casos, passageiros precisam recorrer a conexões em hubs fora do continente, como Europa e Oriente Médio, para rotas entre países africanos. O relatório sugere que hubs mais eficientes, aumento de frequências e adoção de aeronaves com capacidade adequada são medidas essenciais para reverter esse quadro.

"Este relatório, e os dados por trás dele, destacam o potencial significativo para novas rotas e para melhorar a conectividade de hubs em toda a África", afirma Stephan Hannemann, Vice-Presidente Sênior de Vendas e Marketing e Head de Aviação Comercial da Embraer na África e no Oriente Médio.

A Embraer desenvolveu uma curva de estímulo específica para a África, baseada em dados de tráfego dos últimos dez anos. O modelo estima o impacto da criação de voos diretos na demanda por assentos. Em mercados pequenos, com cerca de vinte passageiros semanais, um voo direto pode aumentar a demanda em até 80%.

A Embraer também projeta que o Produto Interno Bruto (PIB) da África crescerá 3,8% ao ano nas próximas duas décadas, com uma taxa anual de crescimento da receita por passageiro por quilômetro (RPK) de 4,4% — acima das médias previstas para Europa e América do Norte. O relatório destaca que o desenvolvimento de malhas aéreas regionais será determinante para transformar esse potencial em ganhos reais para a economia africana.

O estudo defende o uso de aeronaves de porte médio, como os jatos da família E2, como solução para mercados fragmentados. Esses modelos apresentam melhor custo por viagem e maior alcance, o que viabiliza a abertura e a sustentabilidade de rotas de curta e média distância em regiões com baixa densidade de passageiros.

"Este relatório, e os dados por trás dele, destacam o potencial significativo para novas rotas e para melhorar a conectividade de hubs em toda a África. Ao adotar a aeronave adequada e ao aprimorar as viagens aéreas regionais, a África pode viabilizar novas oportunidades econômicas, melhorar a experiência geral de viagem para milhões de passageiros e desencadear o potencial econômico do continente," afirma Hannemann.

Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 12/06/2025, às 09h00


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