Pesquisa Global Passenger Survey 2025 da IATA revela que o uso de smartphones e biometria redefine a experiência de viagem

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA, na sigla em inglês), divulgou nesta quarta-feira (5) os resultados da Global Passenger Survey 2025, indicando que os passageiros estão cada vez mais dependentes de dispositivos móveis e da biometria para gerenciar suas viagens.
O levantamento mostra que o uso de smartphones em todas as etapas da jornada — do check-in ao recebimento da bagagem — e a adoção de identidades digitais estão transformando a forma como os viajantes interagem com companhias aéreas e aeroportos.
Os dispositivos móveis consolidaram-se como ferramenta central no processo de viagem. O estudo mostra que 54% dos passageiros preferem lidar diretamente com as companhias aéreas, principalmente por meio de aplicativos móveis. Embora os sites de companhias aéreas ainda sejam o canal mais usado, esse número caiu em relação a 2024, enquanto o uso de web apps cresceu para 19%, impulsionado especialmente por viajantes mais jovens.
As formas de pagamento também estão mudando. Os cartões de crédito e débito continuam dominantes, mas caíram em relação ao ano anterior. O uso de carteiras digitais aumentou de 20% para 28%, e as transferências instantâneas subiram de 6% para 8%.
Além disso, 78% dos passageiros desejam integrar em um único aplicativo a carteira digital, o passaporte eletrônico e os cartões de fidelidade — facilitando desde o pagamento até a navegação pelos processos aeroportuários. O uso de etiquetas eletrônicas de bagagem também avançou, passando de 28% em 2024 para 35% em 2025.
O relatório mostra que 50% dos passageiros já utilizaram algum tipo de identificação biométrica em aeroportos, principalmente nos pontos de segurança, imigração de saída e entrada. O número representa um avanço de quase vinte pontos percentuais desde 2022.
A satisfação com o uso da biometria alcançou nível recorde, com 85% dos viajantes relatando experiências positivas. Entre os entrevistados, 74% afirmaram estar dispostos a compartilhar seus dados biométricos se isso eliminar a necessidade de apresentar passaporte ou cartão de embarque em etapas como check-in, controle de fronteira e embarque.
Entretanto, privacidade e segurança de dados ainda são preocupações relevantes: 42% dos passageiros que hoje não compartilham informações biométricas afirmam que mudariam de ideia se houvesse garantias sobre o uso e proteção dos dados.
Na América Latina e no Caribe, os passageiros ainda valorizam o atendimento pessoal na hora de reservar voos e preferem pagamentos com cartões de crédito ou débito. O grupo é o que mais obtém vistos em consulados e embaixadas e, embora utilize menos biometria que outras regiões, demonstra alta disposição para adotar a tecnologia e elevada satisfação quando a utiliza.
Mesmo assim, os viajantes latino-americanos permanecem entre os menos satisfeitos globalmente, segundo o estudo. A pesquisa reforça que conveniência e atendimento personalizado continuam sendo prioridades na região.
Por Marcel Cardoso
Publicado em 05/11/2025, às 09h14
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