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Relatório indigesto para a Boeing

Congresso americano define o 737 MAX como “defeituoso e inseguro”

Relatório aponta que a aeronave possui falhas técnicas de design e acusa o fabricante Boeing de ocultar dados, além de supervisão insuficiente por parte da FAA


Não é novidade que a Boeing está passando por um de seus piores momentos da sua história, principalmente por conta do 737 MAX, que vem recebendo diversas críticas. Desta vez, um relatório preliminar com 13 páginas publicado pelo Comitê de Transporte do Congresso norte-americano definiu o 737 MAX como “defeituoso e inseguro”.

Este relatório diz que o projeto do avião foi prejudicado por “falhas técnicas de projeto, falta de transparência não só por parte da fabricante, mas também dos órgãos reguladores aos clientes”, apontando que a Boeing estaria ocultando informações sobre a operação da aeronave.

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O relatório também indica que a Boeing pôs em risco a segurança dos passageiros ao reduzir os custos do programa enquanto manteve seu programa, fazendo com que a linha de produção do 737 MAX acelerasse, tudo isso para competir com o A320neo da Airbus. Além disso, a Boeing fez “suposições errôneas” sobre tecnologias críticas do 737 MAX, principalmente relacionadas ao sistema automatizado de estabilização, conhecido como MCAS, cujo seu funcionamento de maneira incorreta foi responsável por dois acidentes no ano passado, provocando a morte de 346 pessoas.

Diversas unidades do 737 MAX aguardam na fábrica da Boeing em Renton uma nova certificação

O relatório também direcionou críticas para a FAA, relatando que as primeiras revisões sobre a aeronave “não foram suficientes” e sendo assim, o órgão “não cumpriu com o dever de identificar os problemas de segurança para que fossem resolvidos da maneira mais adequada” em todo o processo de certificação da aeronave.

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O relatório destacou “fazendo-se necessário reformas legislativas e reguladoras”, após a FAA não abordar erros técnicos de projeção e certificação, e ressalta que ao desenvolver um avião que aparentemente cumpre os regulamentos da FAA, mas basicamente se apresenta como um avião“ defeituoso e inseguro” mostra de maneira clara que o “sistema de supervisão de aviação necessita urgentemente de mudanças”.

Por Gabriel Benevides
Publicado em 10/03/2020, às 09h40 - Atualizado às 10h20


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