Falha no sistema de câmeras externas do KC-46 afeta segurança das operações de reabastecimento em voo
Durante a conferência anual da força aérea dos Estados Unidos (Air Force Association’s 2019 Conference) foi ressaltado as falhas operacionais e técnicas do KC-46, o novo avião tanque da USAF.
Após oito meses da primeira entrega o avião continua apresentando uma série de problemas sérios e de acordo com a general Maryanne Miller, chefe do Comando de Mobilidade Aérea, a Boeing não avançou na solução de nenhuma das falhas.
O KC-46 é derivado do 767 e foi concebido para substituir a frota atual de KC-135 e KC-10. O novo avião possui um sistema de câmeras de alta resolução que substituem a tradicional janela ventral utilizada pelos operadores durante o reabastecimento em voo. O sistema permite operar em condições adversas com maior segurança, como a noite ou em situações de tempo ruim. Todavia, o chamado Remote Vision System (RVS), projetado pela Rockwell Collins, apresenta imagens distorcidas em certas condições de iluminação, criando uma série de dificuldades para os operadores, onde em alguns casos houve o choque da lança (boom) com a superfície da aeronave receptora, colocando ambos aviões em risco.
A Boeing trabalha na correção de diversas falhas do projeto, incluindo um redesenho preliminar do RVS que deverá ter um novo sistema de hardware e software.
“Quando aceitamos o KC-46 com deficiências CAT1 já conhecidas, fizemos com a crença de que era o caminho mais rápido para alcançar capacidade operacional limitada e atender a um requisito urgente”, disse a general Maryanne Miller, durante a conferência da Air Force Association.
A designação CAT1 representa um grau de risco elevado para operação da aeronave, podendo levar a perda da tripulação e do avião. Recentemente a USAF impôs uma restrição de uso ao KC-46, que ficou impedido de transportar passageiros e cargas por prazo indeterminado. Um problema no sistema de fixação das cargas no piso gerou o risco de grandes volumes se desprenderem durante o voo, colocando em sério risco a integridade da aeronave e seus tripulantes. O temor é que a carga possa se deslocar em voo, especialmente durante a decolagem e pouso, causando uma mudança brusca no centro de gravidade do avião e levando sua queda.
ASSINE AERO MAGAZINE COM ATÉ 76% DE DESCONTO
Redação
Publicado em 26/09/2019, às 14h00 - Atualizado às 17h43
+lidas