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Resultado da crise interna

Boeing encerra 2021 atrás da Airbus, com 340 aviões comerciais entregues

Problemas internos e falhas no processo de qualidade afetaram o desempenho em 2021, mas setor militar segue em alta


Boeing 777X

Boeing 777-9 deverá ser certificado ainda em 2022 e deverá ajudar a Boeing a recuperar o mercado | Foto: Divulgação

A Boeing divulgou seus resultados de 2021 mostrando uma ligeira melhora nas entregas e vendas, quando comparado com o ano anterior. O fabricante deverá divulgar os resultados detalhados apenas no dia 26 de janeiro.

O resultado preliminar mostra um total de 340 entregas de aviões comerciais em 2021, sendo 99 apenas no quarto trimestre. Já no segmento militar foram 169 aeronaves, demonstrando a importância do setor para a Boeing.

Conforme esperado a liderança nas entregas ficou com a família 737 MAX que encerrou o ano com 263 aeronaves entregues, sendo 84 no último trimestre. Com a elevada demanda coincidiu com a melhora no transporte aéreo global, em especial no segundo semestre de 2021, aliado a retomada das autorizações de voo do 737 MAX ao redor do mundo. Grande parte dos aviões entregues estavam prontos desde meados de 2019, quando as autoridades de aviação em todo o planeta suspenderam a certificação do modelo.

Com a melhora na demanda internacional, em especial nos mercados domésticos dos Estados Unidos e Europa, a Boeing retomou as entregas do seu principal avião e comemorou a recertificação do 737 MAX por praticamente todas as autoridades de aviação civil no mundo.

Por outro lado, o 787 Dreamliner, que vinha sendo o principal avião de grande porte da Boeing, com pedidos e entregas expressivas, foi fortemente impactado pela crise sanitária e por problemas de qualidade na produção. A Boeing mudou a linha de produção do modelo, que deixou de ser produzido em Seattle, passando a concentrar toda a montagem final na unidade de North Charleston, na Carolina do Sul. Todavia, falhas apontadas por equipes de especialistas em qualidade levou a Boeing a suspender a totalidade das entregas no final de 2021, sem previsão de retomada. Ainda assim, foram entregues catorze 787 ao longo de 2021, ainda que nenhuma tenha ocorrido no último trimestre do ano.

A família 777 também obteve bons resultados, com 24 aviões entregues no ano passado, sendo a maioria do modelo cargueiro. O 777-300ER, que foi o best seller da Boeing nos últimos anos teve a produção encerrada, visando abrir espaço para o 777-9, a versão de maior alcance e capacidade. Atrasos constantes no desenvolvimento, somado a incertezas no mercado, tem postergado a entrada em serviço do que deverá ser o maior bimotor do mundo.

Ainda no mercado cargueiro o 767 refletiu a ampla procura do setor, que tem assistindo um crescimento constantes nos últimos meses. Ao todo foram entregues 32 unidades do 767, sendo oito apenas no último trimestre.

Por fim, o 747-8F se aproxima do final de sua produção, com a última unidade planejada para ser entregue no primeiro trimestre deste ano. Ao longo de 2021 foram entregues sete aviões, sendo três no último trimestre do ano. O modelo obteve boa aceitação no mercado cargueiro, mas a produção da versão de passageiros foi reduzida a poucas unidades, com basicamente um único pedido expressivo feito pela Lufthansa com dezenove unidades, todas já entregues há vários anos.

No setor militar a Boeing obteve bons resultados com os aviões de patrulha P-8 Poseidon, com dezesseis entregas, seguido dos aviões tanques KC-46 Pegasus. Estes últimos sofreram uma série de contratempos nos últimos meses, mas a Boeing afirma que a maioria das falhas já foram sanadas e os problemas restantes, por ora, não afetam as funções básicas do avião.

Entre os caças os F-15 acumularam dezesseis entregas, com o F/A-18 Super Hornet encerrando o ano com 21 aeronaves entregues. Ainda que o F/A-18 tenha obtido um importante contrato com a Alemanha, o modelo sofreu uma série de derrotas seguidas ao longo de 2021, perdendo os contratos do Canadá, Suíça e Finlândia. O F/A-18 era o favorito nas três concorrências, mas nos dois últimos casos foi preterido em favor do F-35, da Lockheed Martin, enquanto no Canadá a disputa segue em aberto.

O mercado de helicópteros militares manteve um bom ritmo em 2021, com 27 entregas do AH-64 Apache novos, além de outras 56 unidades remanufaturadas e modernizadas para diversos padrões de capacidade. Da mesma forma, o icônico CH-47 Chinook obteve quinze entregas de unidades novas, e outros cinco remanufaturados.

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Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 11/01/2022, às 17h10 - Atualizado às 17h36


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