Rolls-Royce verificou rachaduras em componentes de um lote inicial em serviço desde 2015
Falha envolve apenas motor utilizado pela série -900 da família A350
Uma falha não prevista atingiu uma parcela limitada de motores Rolls-Royce Trent WXB-84, que impulsionam os Airbus A350-900, envolvendo rachaduras nas palhetas do compressor intermediário (IP).
O desgaste evidente ocorreu na base da lâmina do rotor do primeiro estágio, um problema semelhante ao reportado no primeiro e segundo estágios do compressor Trent 1000, utilizado no Boeing 787.
O problema foi reportado pela própria Rolls-Royce, que afirmou que foram encontrados avarias apenas em um grupo de aproximadamente 20% dos motores que entraram em serviço entre 2015 e 2016. Por ora, não foi reportado nenhuma falha nos motores Trent WXB, como vibração anormal, desligamento em voo ou dano catastrófico. Segundo o boletim a falha não compromete a confiabilidade de longo prazo do motor, apenas exigindo um reparo antecipado.
A empresa afirma que o problema não envolve a série Trent XWB-97, mais potente e usada no A350-1000, já que os motores possuem métodos construtivos ligeiramente diferentes. No primeiro caso as laminas e discos dos primeiros dois estágios do compressor IP são integrados, enquanto o motor que apresentou problemas usa um sistema convencional.
O fabricante inglês espera que a EASA, agência de segurança da aviação civil europeia, torne as inspeções de compressores IP objeto de uma diretiva de aeronavegabilidade (AD) iminente, auxiliando as companhias aéreas em solucionar a falha dentro de um programa de redução de custos importante diante da crise gerada pela pandemia de covid.19.
A Rolls-Royce afirma que a falha nos motores do A350 não tem relação com os problemas recentes encontrados nos motores Trent 1000, que equipam a família 787. Um problema de desgaste e corrosão levou a suspensão de voos de diversos 787 ao redor do mundo, exigindo um reparo emergencial nos motores.
Os custos atrelados no recall dos motores Trent 1000 consumiram, apenas em 2020, mais US$ 1,7 bilhão (R$ 9,7 bilhões) por parte da Rolls-Royce.
Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 12/08/2020, às 13h00 - Atualizado às 15h10
+lidas