TAP Air Portugal prepara expansão no Brasil e na África em meio ao processo de privatização, reforçando rotas em mercados de língua portuguesa
Luis Rodrigues, CEO da TAP Air Portugal, disse em um evento em Lisboa que a companhia está posicionada para ampliar sua presença no Brasil e na África, mercados considerados prioritários em sua estratégia de expansão. A companhia já opera voos para treze cidades brasileiras.
A expectativa de crescimento ocorre em paralelo ao processo de privatização, no qual o governo português pretende vender 44,9% da empresa a investidores privados, além de 5% destinado aos funcionários.
Segundo a companhia, o Brasil representa uma oportunidade significativa em turismo, setor que responde por cerca de 6% do PIB nacional, enquanto em Portugal o índice é de 16%. No continente africano, a TAP aposta na demanda crescente, apesar de restrições estruturais, com destaque para os países de língua portuguesa.
Esses mercados oferecem à empresa uma vantagem competitiva, já que a companhia não precisa construir do zero sua presença de marca ou garantir acesso a aeroportos estratégicos.
Com hubs em Lisboa, a TAP mantém uma rede transcontinental que equilibra operações entre América do Norte, América do Sul, Europa e África. Esse posicionamento fortalece o segmento de viagens de lazer e de visiting friends and relatives (VFR), além de abrir espaço para sinergias em manutenção e engenharia.
A ampliação da malha aérea poderá ser acelerada caso a companhia seja integrada a um grupo internacional com maior capacidade financeira e de marketing.
Conglomerados como Lufthansa Group, Air France-KLM e International Airlines Group (IAG) monitoram o processo de privatização, dentro de um cenário de crescente consolidação no setor. Para passageiros, a integração poderia significar maior conectividade, programas de fidelidade expandidos e mais opções de rotas, embora barreiras regulatórias na União Europeia possam limitar fusões de grande porte.
Diferente de concorrentes orientados ao público corporativo, a TAP tem perfil concentrado no transporte de lazer e de comunidades. Essa característica, somada à relevância cultural e histórica das conexões com Brasil e África, sustenta a estratégia de crescimento da companhia em mercados subexplorados. Apesar disso, mudanças nos perfis de demanda e riscos associados a novas rotas ainda representam desafios.
Por Marcel Cardoso
Publicado em 08/10/2025, às 14h51
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