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Segundo executivo da Airbus

Alta dos combustíveis e insegurança jurídica inibem novas empresas aéreas no Brasil

Presidente da Airbus no Brasil destacou os principais pontos que afugentam a abertura de empresas aéreas no país


Dificuldades peculiares dificultam entrantes em um dos maiores mercados da América Latina - Divulgação
Dificuldades peculiares dificultam entrantes em um dos maiores mercados da América Latina - Divulgação

Gilberto Peralta, presidente da Airbus no Brasil, disse recentemente que a falta de condições atrativas no mercado está desestimulando a entrada de companhias aéreas estrangeiras no país.

Na entrevista concedida à Reuters, Peralta disse que o alto custo do combustível de aviação e o grande número de ações judiciais movidas por passageiros são os principais obstáculos para novas transportadoras operarem no mercado doméstico. Ele também citou o preço do combustível de aviação no Brasil, que é o "mais alto do mundo na proporção do valor da passagem".

A insegurança jurídica foi classificada pelo gestor como um "problema grave" que precisa ser enfrentado. Apesar da ausência de barreiras de capital, as condições de mercado, incluindo a forte regulação e os altos custos operacionais, dificultam a entrada de empresas estrangeiras.

Em 2018, o governo brasileiro permitiu que investidores estrangeiros controlassem 100% de uma companhia aérea nacional, retirando a limitação anterior que impedia que grupos estrangeiros possuíssem mais de 20% de uma empresa do setor. No entanto, mesmo com essa mudança, os investidores têm se afastado do país, preferindo mercados mais favoráveis para abrir novas companhias aéreas.

Peralta disse que apenas a Azul Linhas Aéreas cobre a região amazônica, ressaltando que o país poderia ter um número maior de voos per capita. Comparado a outros países da América Latina, como Chile, Colômbia e México, o Brasil tem uma menor frequência de voos.

As barreiras de capital desapareceram; um estrangeiro poderia vir e montar uma empresa no Brasil, mas não o faz... É muito problemático”, afirmou o executivo.

A falta de competitividade no mercado brasileiro reflete-se nos preços dos bilhetes aéreos. Dados do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), coletados pelo IBGE, mostram que os preços das passagens aéreas subiram cerca de 36% no ano e mais de 19% nos últimos doze meses.

Por Micael Rocha
Publicado em 19/06/2024, às 08h35


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