Previsão era manter os aviões em serviço ao lado dos maiores e mais modernos Beluga XL
Frota de Beluga original deverá ser aposentada antes do previsto após efeitos da pandemia no transporte aéreo
A Airbus fará uma importante mudança em sua estrutura de transporte com a aposentadoria dos veteranos A300-600ST, conhecidos como Beluga, que serão substituídos pelos Beluga XL, versão mais nova e de maior capacidade.
Outra mudança será o emprego do Belugas XL em rotas transatlânticas, transportando componentes para a unidade de Mobile, no estado norte-americano do Alabama. A intenção é permitir o envio mais rápido de estruturas da família A320neo, que são produzidas nos Estados Unidos.
Inicialmente a Airbus não tinha planos de aposentar no curto prazo os Beluga originais, que são derivados do A300 e que entraram em serviço na década de 1990. A intenção era manter os aviões em serviço ao lado dos mais modernos Beluga XL, montados sobre a estrutura básica do A330. Porém, a mudança causada na demanda global por aeronaves novas, gerada pela pandemia de covid-19, levou o fabricante rever seus planos de frota.
Atualmente a Airbus dispõe de três Beluga XL, com o primeiro entregue em 2018, com mais dois planejados para entrar em serviço nos próximos anos. A intenção agora é usar os novos aviões para realizar voos entre as unidades europeias e os Estados Unidos.
A operação exigirá uma certificação especial, dentro das regras ETOPS, acrônimo em inglês para operações estendidas de dois motores. A exigência é necessária para aviões que voam sobre amplas áreas desabitadas, como oceanos, garantindo a capacidade de sustentar um voo monomotor por determinado período de tempo.
A Airbus espera obter a certificação ETOPS em 2023, permitindo ampliar o uso da frota de transportadores entre suas principais fábricas, localizadas principalmente na Alemanha, Espanha França e Estados Unidos.
Beluga XL, derivado do A330, ampliou a capacidade de transporte e modernizou a frota de cargueiros especiais
Contudo, o fabricante não divulgou o que planeja fazer com os veteranos A300ST Beluga. A expectativa inicial era no médio prazo vender os aviões no mercado, ou oferecer a ampla capacidade de transporte volumétrico para empresas de logística. Com a mudança na realidade do transporte aéreo o futuro dos exóticos aviões é incerto, podendo inclusive virarem peças de museu.
Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 09/02/2021, às 11h00 - Atualizado em 10/02/2021, às 11h50
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