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Impasse com fornecedora

Acordo trabalhista poderá afetar produção do Boeing 737 MAX

Principal fornecedora do 737 MAX, Spirit Aerosystems suspende produção em meio a negociações com trabalhadores


Boeing 737-9 na fábrica de Renton, no estado de Washington - Boeing/Marian Lockhart
Boeing 737-9 na fábrica de Renton, no estado de Washington - Boeing/Marian Lockhart

Uma das principais fornecedoras da Boeing, a Spirit Aerosystems anunciou hoje (22), a suspensão das atividades na fábrica de Wichita, no estado de Kansas, nos Estados Unidos. A interrupção ocorre após os funcionários da empresa rejeitarem uma proposta de acordo trabalhista com prazo de quatro anos.

O atual contrato da Spirit Aerosystems com a Associação Internacional de Maquinistas e Trabalhadores Aeroespaciais (IAM), expira amanhã (23). Cerca de 6 mil associados da IAM rejeitaram a última oferta da empresa que incluía um aumento médio salarial de 34%. Sem um novo acordo coletivo, uma greve foi convocada para o próximo sábado.

A Spirit Aerosystems é responsável por grande parte da estrutura dos jatos da família 737 MAX, principal produto e fonte de receita da Boeing. Em Wichita, são produzidas a fuselagem dos jatos de corredor único e componentes e peças para outras aeronaves, incluindo programas da Airbus. A unidade emprega cerca de 11 mil dos 12,7 mil funcionários da fabricante de aeroestruturas.

Diante da escassez na cadeia de suprimentos, a paralisação contínua terá efeitos diretos no ritmo de produção e nos prazos de entregas da fabricantes de aeronaves, enquanto a demanda por novos jatos aumenta.

"Estamos desapontados porque nossos funcionários representados pelo IAM rejeitaram nossa oferta de contrato de quatro anos e votaram pela greve. Acreditamos que nossa oferta justa e competitiva reconhece as continbuições de nossos funcionários e garante que possamos atender com sucesso à crescente demanda por aeronaves de nossos clientes", disse a Spirit Aerosystem em comunicado.

A greve ocorre no momento em que a Boeing anuncia o aumento "em breve" da taxa média de produção do 737 MAX de 31 para 38 por mês.

Além dos problemas na cadeia de suprimentos, a fabricante tem indetificado constante erros nos componentes dos MAX e 787 Dreamliner.

Em abril, após constatar uma falha nas aletas que fixam a cauda vertical a fuselagem dos 737, um novo erro foi descoberto no estabilizador horizontal do 787 em junho deste ano. Antes, em fevereiro, um componente na seção dianteira do Dreamliner foi identificado. Ambas as falhas na linha de produção suspenderam as entregas das respectivas aeronaves.

No acumulado do cinco primeiros meses do ano, a Boeing entregou 206 aviões, trinta e oito a menos que a rival Airbus, que registrou 244 entregas. A meta da norte-americana para este ano prevê a entrega de mais de 400 jatos de corredor único e de até 70 Dreamliners.

Por Wesley Lichmann
Publicado em 22/06/2023, às 14h19


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