Paris Air Show 2023

Boeing prevê que mercado global receberá 42.600 aviões até 2042

Perspectivas da Boeing para os próximos 20 anos prevê 42.600 novos aviões e está alinhada com crescimento da aviação comercial atual

Crescimento da aviação comercial deverá ser maior do que o projetado no pré-pandemia - Boeing

A Boeing acredita que haverá a demanda para ao menos 42.600 novos aviões comerciais nos próximos 20 anos, uma média de 2.130 aeronaves entregues por ano. O estudo faz parte do tradicional relatório de previsão de demanda, que aponta potencial de vendas na ordem de US$ 8 trilhões (aproximadamente 38,5 trilhões de reais), o que representa 3,8 vezes mais que o PIB brasileiro.

O relatório divulgado na véspera do Paris Air Show 2023 aponta que o maior crescimento deverá continuar na região da Ásia-Pacífico, que deverá representar pelo menos 40% da demanda global. Apenas a China poderá absorver metade das aeronaves comerciais no mundo, o que em números deverá ser próximo de 8.500 novos aviões. Não por acaso, a Comac, o fabricante chinês que recém-entregou o seu primeiro jato comercial, o C919, afirma ter interesse em atender prioritariamente à demanda interna.

Ainda assim, o sul da Ásia deverá manter uma taxa de crescimento anual em torno de 7%, com a Índia respondendo por mais de 90% desse movimento. Recentemente, o país tornou-se o mais populoso do mundo, com 1,42 bilhão de habitantes, superando assim a China.

Boeing 777-8F — **Projeção de Entregas** **(2023-2042)**
Jatos Regionais 1.810
Corredor Único 32.420
Dois Corredores 7.440
Cargueiros 925
**Total** **42.595**

A América do Norte, que por várias décadas foi o maior mercado de aviação comercial do mundo, deverá representar 20% do crescimento global até 2042.

A América Latina e o Caribe deverão crescer 5,5% ao ano, podendo absorver aproximadamente 2.895 aeronaves, sendo 1.930 aviões de corredor único e 170 widebody (dois corredores), sendo o restante dividido entre cargueiros e jatos regionais.

O anuário da Boeing desta vez unificou a Eurasia, incluindo no estudo as perspectivas de demanda do bloco europeu, mais a Europa Oriental e a Rússia, que somados devem crescer 4,6% no tráfego aéreo anual, mas podendo receber 10.640 aeronaves. Embora o estudo deixe em aberto o potencial da Rússia no curto prazo, o país segue sendo um dos com maiores perspectivas de crescimento nas próximas duas décadas.

O Oriente Médio, que se destacou nos últimos vinte anos pelo crescimento das empresas aéreas locais, sobretudo dos Emirados Árabes e do Qatar, deverá manter um forte crescimento projetado em 6% ao ano. Embora tenha sido uma das regiões mais afetadas pela crise sanitária, em especial pelo modelo de conectividade global das maiores companhias aéreas árabes, o crescimento no fluxo de passageiros foi duas vezes e meia maior este ano em comparação com 2021.

Além disso, existe um movimento de investimento no setor aéreo, com destaque para a Arábia Saudita, que deverá elevar a capacidade e a demanda local. A expectativa é que até 2042 sejam entregues 3.360 aviões na região, com 1.570 aeronaves de um corredor e 1.350 de dois corredores, mantendo as companhias locais como as maiores usuárias de widebody no mundo.

Por fim, a África, que foi o continente que sofreu maiores perdas no setor aéreo devido à pandemia, deverá realizar uma lenta substituição da frota, ainda que tenha potencial para crescer 7,4% na demanda anualmente. A frota no continente tem potencial para 1.555 aeronaves em vinte anos, sendo 730 aviões de corredor único e 250 de dois corredores, com os demais divididos entre cargueiros e jatos regionais.